Semana de indicadores terá ata do Copom e PIB do 2º trimestre

A ata da reunião do Copom de setembro entra na agenda econômica nesta semana como um dos eventos mais esperados pelo mercado. O documento será divulgado na quinta-feira pelo Banco Central. Além de relatar os motivos que levaram o colegiado a votar unânime pela redução do ritmo de queda da taxa de juros, de 0,50 para 0,25 ponto porcentual, o mercado espera ler nas entrelinhas do documento indicações de como o Copom agirá em sua próxima reunião, marcada para os dias 16 e 17 de outubro.

Para analistas, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de voltar a cortar ou a de promover uma parada técnica na trajetória do afrouxamento monetário no mês que vem. Essa não-definição foi indicada, segundo os analistas consultados, pelo tom do comunicado que se seguiu ao término da reunião da última quarta-feira. Para eles, o conteúdo do comunicado foi escrito com o objetivo de amenizar possíveis interpretações de que a unanimidade do placar estaria sugerindo que a taxa de juros poderia não ser mais reduzida este ano, o que levaria a alta no mercado de juro futuro.

PIB e Inflação

Na quarta-feira, o IBGE divulgará a parcial do PIB referente ao segundo trimestre de 2007. Trata-se de outra divulgação que deve requerer muito da atenção dos analistas do mercado porque reunirá em um único indicador o crescimento dos diversos setores da economia. No acumulado dos primeiros três meses do ano, o PIB cresceu 0,80% na margem e 4,30% sobre o mesmo período de 2006. Além de trazer os dados sobre o desempenho da economia no segundo trimestre, o IBGE poderá revisar os números do primeiro trimestre. Segundo a mediana da Focus, o mercado espera uma expansão de 4,70% para o produto este ano.

Ainda na quarta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciará a primeira prévia da inflação de setembro no âmbito do IGP-M. Mesmo em se tratando de uma primeira leitura do comportamento dos preços este mês, o índice não passará desapercebido. O motivo é que os IGPs, em geral, têm refletido os impactos da disparada dos preços no atacado, tanto dos agrícolas como dos industriais. Em agosto, o IGP-M subiu 0,98% – a maior taxa desde agosto de 2004, quando a inflação foi de 1,22% – e o IGP-DI fechou em 1,39%, a maior alta desde maio de 2004, quando o índice chegou a 1,46%.

No mesmo dia, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará a inflação apurada na cidade de São Paulo na primeira quadrissemana de setembro. Em agosto, no mesmo período, o IPC-Fipe fechou em 0,21%, desacelerou para 0,17% na segunda medição, a 0,11% na terceira e encerrou o mês com uma ligeira alta de 0,07%. Os resultados da Fipe, abaixo dos apresentados pelos demais indicadores, ainda estão sendo influenciados pela redução da tarifa de energia elétrica na capital paulista.

Pesquisa Focus e Balança Comercial

Amanhã, o Banco Central divulgará o Relatório de Mercado, mais conhecido como Pesquisa Focus, que traz a mediana das expectativas dos analistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. Destaques dentro do documento poderão ser os indicadores de inflação e a taxa Selic, que já deverá incorporar a redução de 0,25 ponto porcentual promovida ontem pelo Copom.

Ainda amanhã, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) informará o resultado da balança comercial na primeira semana de setembro. No mesmo dia, a FGV anunciará a taxa de inflação pelo IPC-S referente à primeira quadrissemana do mês.

EUA e Europa

Vários indicadores econômicos importantes também serão divulgados na próxima semana nos Estados Unidos nesta semana, entre eles os dados do crédito ao consumidor (amanhã), o saldo comercial (na terça), o saldo em conta corrente, as vendas no varejo, a produção industrial e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, todos na sexta-feira.

Na Europa, estão previstas as divulgações dos dados de produção industrial e dos preços ao consumidor na Alemanha, o saldo comercial da França e do Reino Unido e a produção industrial e os índices de preços ao consumidor da zona do euro. Dois bancos centrais da região terão reuniões na semana, ambos na quinta-feira (Suíça e Turquia). A reunião da Opep, na terça-feira em Viena, também será acompanhada com atenção pelo mercado.

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