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Recolocação profissional é mais vantajosa que seguro-desemprego

Em tempos de baixos índices de desemprego em todo o País, o número crescente de pagamentos de seguro-desemprego suscita questionamentos sobre a alta rotatividade das vagas geradas, bem como a utilização correta do benefício. Com a finalidade de inverter uma eventual distorção na finalidade do uso do seguro, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) no Paraná, há duas semanas, modificou a forma de operacionalização do benefício.

Na prática, ao invés de imediatamente habilitar o desempregado a receber o seguro, o sistema realiza um cruzamento entre o perfil de quem está requerendo o benefício e as vagas disponíveis. De acordo com a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social (Setp), pelo menos 10% de quem procurou o Sine no Paraná para receber o Seguro-Desemprego encontrou uma nova oportunidade de trabalho.

“Na primeira semana do novo sistema, 300 mil pessoas requereram o seguro-desemprego e três mil foram conseguiram uma recolocação”, conta o secretário estadual do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli. Se for mantida essa proporção, a economia de recursos será bastante significativa. Isso porque, no primeiro trimestre, somente no Paraná foram requeridos 119 mil seguros-desemprego, que totalizaram R$ 372 milhões em pagamentos. Isso ocorre em um período no qual o índice de desemprego no Estado está em 5% e, em Curitiba e Região Metropolitana (RMC), em 3,7%.

Segundo Romanelli, os candidatos que, por ventura, encontram uma vaga e recusam, precisam apresentar uma justificativa plausível para serem habilitados ao seguro-desemprego. “A maioria das pessoas estão aderindo a essa nova forma de operacionalizar o seguro, o que mostra que o elevado uso do benefício tem outras origens, como a qualidade das vagas disponíveis”, aponta. A alta rotatividade dos trabalhadores é comprovada mês a mês pelo acompanhamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entre janeiro e abril deste ano, foram admitidos 545 mil pessoas no Paraná, porém, foram demitidos 476 mil trabalhadores com carteira de trabalho assinada.