Pressão de Estados inchou lista da União Européia

A falta de organização do governo facilitou o embargo das exportações brasileiras de carne para a União Européia (UE). Até o início da reunião dos representantes do Ministério da Agricultura com as autoridades da UE, na última segunda-feira (dia 28), a lista das fazendas consideradas auditadas pelo governo ainda não estava definida.

Segundo fontes do setor, a maioria foi incluída na última hora, e o governo teria cedido a pressões das secretarias estaduais de Minas Gerais e Goiás, que tiveram um número significativamente maior de propriedades incluídas. As indicações, que chegavam por fax durante a reunião com autoridades européias, totalizaram 3 mil propriedades, número que foi reduzido para 2,7 mil na relação oficial. O número final superou em muito as 300 autorizações estabelecidas pela UE.

Fontes do Ministério da Agricultura dizem que dois fatores levaram à discrepância dos números. Primeiramente, os técnicos da UE teriam subestimado a capacidade da Defesa Sanitária brasileira de auditar as propriedades aptas à exportação e, por isso, duvidavam que mais de 300 pecuaristas tivessem capacidade de se enquadrar às rígidas regras impostas. Diante disso, o fato de o governo brasileiro apresentar um número quase dez vezes maior de fazendas provocou desconfiança e a suspensão das importações.

Outro fator, claramente comercial, foi explicado pelo próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em várias entrevistas. Liderados pelos irlandeses, os produtores europeus temem perder as vendas dentro da UE, por terem custos de produção três vezes maiores que os brasileiros.

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