Presidente da Faciap diz que fragilidade institucional preocupa

?A desconfiança na segurança judiciária é preocupante. E esta segurança judiciária depende da segurança política. Está muito alto o nível de descrédito da classe política.? O desabafo é do presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), empresário Ardisson Akel, que sentiu ?de perto? o reflexo desta situação, durante a 17.ª Convenção Anual, realizada esta semana em Foz do Iguaçu. Afinal, diz ele, o presidente das associações comerciais de cada cidade traz, para este tipo de encontro, o reflexo da sociedade que ele representa.

Para Akel ?o futuro das instituições é preocupante?. ?Eu me preocupo?, afirma, acrescentando que o País ainda não vive um momento crítico, ?mas há sinais de alerta por todos os lados?. Para ele, a sociedade brasileira está vendo, estarrecida, que as instituições Executivo, Legislativo e Judiciário não estão isentos da mácula da corrupção. Ele cita dados apresentados na quinta-feira pelo consultor Augusto Franco, quando apontou que apenas 46% dos brasileiros consideravam a democracia importante. Para o presidente da Faciap os pequenos empreendedores independem ?dos problemas gerados pelo governo porque eles precisam sobreviver. Mas grandes empresários, que planejam grandes investimentos, podem desistir em função desta desconfiança?.

O empresário precisa aprender a olhar além do perímetro da própria empresa. As ações precisam ser o reflexo da sociedade. ?As dificuldades que encontramos perante o poder público precisam ter uma resposta?, continua o presidente da Faciap. E isso será possível, segundo ele, estimulando o associativismo. ?Um fio sozinho é fácil de ser rompido. Quando nos unimos somos mais fortes. Podemos realizar diversas ações em conjunto, um ajudar o outro a crescer.?

Akel dá como exemplo as cooperativas de crédito. ?Reduzimos o juro a patamares bem menores que os encontrados no mercado financeiro. É uma primeira demonstração de que, juntos, podemos nos tornar mais fortes.? O congresso recém-encerrado – explica ele -, tem como tema a competitividade. ?Esse é outro problema enfrentado pelo empresário brasileiro, que devido à excessiva carga tributária, na grande maioria das vezes não tem condições de reduzir custos e perde a capacidade de competir.?

Ausências

Sem o governador, sem o vice; dos deputados, apenas Osmar Serraglio, maior representante da ética na política, e Hélio Rusch. Entre outros representantes da classe, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (que apenas participou de uma breve solenidade de instalação do conselho político da Faciap) e o secretário da Indústria e Comércio, Virgilio Moreira Filho, que participou da abertura oficial.

Normalmente vitrine para a caça de votos, a classe política parece ter se ressentido do que está ocorrendo em âmbito nacional. O recente episódio da absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros, parece ter provocado um ?pé no freio?. O presidente da Faciap, Ardisson Akel, fez um desabafo: ?É preciso ter ética não apenas nos negócios, mas também e principalmente na política?.

O repórter viajou a Foz do Iguaçu a convite da Faciap.

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