Parcelamento coloca veículos entre os bens mais financiados

Brasília – O agente de saúde Hélio Sales dos Santos, de 46 anos, sempre quis ter um carro zero quilômetro e há dez dias conseguiu parcelar em 72 vezes o pagamento de cerca de R$ 40 mil. Durante seis anos, ele pagará juros mensais de 1,38% e no final o carro sairá por quase R$ 70 mil.

Santos diz que não fez as contas para chegar ao valor do carro quando acabar o financiamento, mas garante que valeu a pena. Segundo ele, essa é foi a única forma que encontrou de realizar seu sonho.

?Para se ter alguma coisa hoje, é preciso sacrifício, porque a gente trabalha para ter coisas melhores. Já que não se consegue comprar à vista, tem que comprar a crédito", avalia. E garante que só faz dívidas que caibam no bolso: "O importante é que nosso nome esteja limpo e que a gente arque com as prestações que vamos fazer?.

Segundo o economista Elder Linton Alves de Araújo, os veículos estão entre os itens mais parcelados pelos brasileiros, especialmente na classe média. Segundo ele, o fato de o produto ser a própria garantia do financiamento faz com que os juros sejam mais baixos. ?E essa garantia torna a compra mais atrativa, comparada com as demais modalidades", diz.

Além disso, de acordo com o economista, como os carros costumam ter uma certa durabilidade, ao final do prazo de financiamento ele ainda tem valor e pode ser usado inclusive para uma eventual troca.

Na avaliação do vice-presidente Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, esse tipo de financiamento não vale a pena: ?Depois de três, quatro, cinco anos, ele [o consumidor] pagará um valor alto por um automóvel que já ficou velho." O consumidor, sugeriu, deve comprar com o mínimo de parcelas possível e procurar um produto valor que caiba no bolso, pagando menos juros.

O Banco Central anunciou nesta terça-feira (26) que os juros do crédito ficaram mais caros para o cidadão. Na aquisição de veículos, a taxa passou de 28,8% anuais em dezembro de 2007 para 31,2% em janeiro deste ano.

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