“Países ricos sabem que crise não pode durar muito”, diz Lula

Em seu primeiro evento público desde que voltou das férias de 15 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os países desenvolvidos, que estão mais diretamente ligados à crise financeira internacional, sabem que é preciso adotar ações para que esse momento não dure muito.

“Como consequência do desemprego que vai acontecer exatamente nesses países, nós corremos o risco de uma convulsão social que o mundo desenvolvido não esperava que acontecesse no século XXI”, disse Lula, durante a abertura 36ª Couromoda – Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro, realizada no Parque Anhembi, em São Paulo.

Lula voltou a defender um controle mais rígido do sistema financeiro. “Tem muita gente que ganhou muito dinheiro sem produzir um prego para colocar no sapato, um cadarço, um tênis, apenas com especulação.” Na avaliação de Lula, este é o momento para que o Estado prove sua importância para o Brasil e para todos os países do mundo, ao se colocar como indutor da economia e dos investimentos.

Lula ressaltou que o Brasil adotará todas as medidas que forem necessárias para diminuir os efeitos da crise no País. Bastante otimista, Lula frisou que não deixará faltar dinheiro para investimentos e mencionou que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tem a responsabilidade de não deixar que nenhuma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pare e também de inventar novas obras. “Nesse momento, tudo o que for possível cortar em custeio, não tenham dúvida de que vamos fazer. Mas tudo o que for possível fazer para gerar emprego na construção civil, habitação, rodovias e ferrovias, nós vamos fazer”, afirmou.

Lula admitiu que o Brasil ainda tem alguns problemas domésticos para resolver, mas não citou nenhum. Apesar disso, ele ressaltou que é preciso tirar proveito da crise e preparar o País. “Tenho razões de sobra para ser otimista. Sou corintiano, católico, brasileiro e presidente da República. O Brasil está em uma situação confortável”, afirmou, citando que há equilíbrio nas contas públicas e na inflação e que o País conta com um mercado interno extraordinário.