Prognósticos

O que podemos esperar para 2016 após um 2015 tão turbulento?

A crise que assola o país deixou um gosto amargo na boca da população que prefere esquecer o ano de 2015. Mas, segundo economistas, as previsões para 2016 devem melhorar a partir do segundo semestre.

“A guerra política instalada no país afetou a economia, já que em um período de incerteza política as pessoas deixam de consumir e os empresários de produzir. Mas se analisarmos a economia por si só, não estamos tão mal assim. Ela está funcionando. Tanto que a indústria está utilizando 79% da sua capacidade de produção. Além disso, ainda existe renda real na população e o poder de compra está acima do crescimento do PIB”, explica o Filinto Jorge Eisenbach Neto, doutor em economia e professor da PUC-PR.

Assim como Neto, o economista e professor da UFPR, Anderson Helpa, também afirma que a falta de confiança dos investidores internos e externos, causada pela instabilidade política, retraiu a economia em um efeito de bola de neve, mas que o Brasil pode se recuperar já que não o país não tem dívida externa e tem uma boa reserva cambial. “O próximo ano será um ano de ajustes. Investimento é a chave da economia, mas devagar e com as mudanças esperadas pelo mercado o país consegue se recuperar de forma gradual”, confirma Helpa.

Eles afirmam que, sem crise política, a partir do segundo semestre o mercado deve voltar a apresentar uma lenta recuperação. “É difícil saber qual será o próximo passo quando não se sabe a direção que estamos indo, mas nossa crise é de retração de consumo. A economia realmente não está tão mal. O que temos é uma incerteza política e os empresários estão aguardando as cenas do próximo capítulo”, comenta Helpa.

Crise política foi a vilã

Luiz Domingos, cientista político e professor da Uninter, acredita também que a crise política instalada no país travou o desenvolvimento econômico, mas acha que o próximo ano pode ser melhor. “Caso a presidente Dilma Rouseff saia, o mercado pode reagir mais positivamente porque o próximo presidente tende a tomar medidas econômicas voltadas para o mercado. Caso ela fique, vai derrubar a oposição e legitimar seu poder. De toda forma, a oposição está usando o processo de impeachment como um instrumento de negociação política, e isso não é bom porque tira a responsabilidade do eleitor e, a longo prazo, gera instabilidade política e financeira”, conta Luiz.

Mudanças

Com base nessas previsões, ele acredita que o primeiro semestre ainda será parecido com 2015, mas a partir do segundo semestre pode-se ter um cenário político-econômico um pouco mais tranquilo.

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