PROPOSTA RECUSADA

Metalúrgicos da Volks entram em greve e Volvo volta ao trabalho

Todos os funcionários da montadora Volkswagen, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, entraram em greve na manhã desta quinta-feira (05). Eles rejeitaram a proposta da empresa para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Volkswagen ofereceu R$ 4,6 mil na primeira parcela e se propôs a negociar a segunda parcela somente no segundo semestre deste ano, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Entraram em greve tanto os trabalhadores do chão de fábrica quanto do setor administrativo.

Uma nova assembleia está marcada somente para às 5 horas da manhã da próxima segunda-feira (09). Enquanto isto, toda a produção fica paralisada. Deixam de ser produzidos, até o início da próxima semana, 2.160 veículos das marcas Golf, Fox, Fox Exportação e Cross Fox. Os 3,6 mil trabalhadores aguardam agora um posicionamento e uma contraproposta da empresa.

“A Volkswagen fez uma proposta inferior em relação às negociações nas outras plantas da montadora, em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos (São Paulo). Não tem a menor chance de aceitar. Nas outras plantas, a empresa fechou a primeira parcela em R$ 5,2 mil. É diferente ainda do que querem os funcionários, mas tem uma lógica. Foi uma proposta para entrar em greve mesmo”, comenta Jamil Davila, secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos.

Inicialmente, a categoria recebeu a informação de que o valor da PLR para a planta de São José dos Pinhais ficaria em 80% na comparação com as outras fábricas. Os funcionários paranaenses querem R$ 6 mil na primeira parcela e a garantia de outros R$ 6 mil na segunda parcela.

Presidente

Nesta semana, o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, esteve em Curitiba para o lançamento do Centro de Treinamento Regional da Academia Volkswagen. Na ocasião, o presidente disse que as negociações têm impacto na margem de lucro da empresa e nas decisões de investimentos. Ele também afirmou que cada unidade recebe conforme critérios e metas de desempenho.

Sobre este posicionamento da empresa, Davila acredita que este argumento não é sólido suficiente para barrar as negociações. Ele explicou que as outras unidades têm salários maiores do que na planta de São José dos Pinhais e que a Volkswagen anunciou investimentos de R$ 6 bilhões recentemente.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Volkswagen para comentar sobre a greve, mas ainda não obteve um posicionamento.

Volvo

Os funcionários da Volvo retornaram nesta quinta-feira (05) ao trabalho depois de aprovarem a proposta de R$ 15 mil da empresa para o pagamento da PLR. Os trabalhadores do chão da fábrica permaneceram em greve por três dias. O pagamento vai ocorrer em duas parcelas, sendo a primeira de R$ 7 mil, na semana que vem. A outra será depositada em conta em fevereiro de 2012. Ontem houve uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho para tratar do assunto.

Segundo o sindicato dos metalúrgicos, este foi o maior acordo de PLR em todo o País. Houve aumento de 66% na comparação com a PLR do ano passado. Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson Silva de Souza, a ideia inicial era alcançar os R$ 22 mil de PLR, mas o mínimo “aceitável” seria R$ 16 mil. “Achamos que o mínimo de R$ 15 mil para cada trabalhador ficou dentro das expectativas. Foi um acordo bom”, classificou. Outro ponto que fez com que a greve fosse encerrada foi a garantia imediata do pagamento da segunda parcela, cujo valor integral vai depender das metas e do desempenho no restante do ano.

Renault

Além da Volvo, a Renault também já acertou o pagamento da PLR deste ano. Os funcionários da planta de São José dos Pinhais da montadora francesa vão receber R$ 12 mil de participação, sendo metade paga na primeira parcela. No ano passado, o valor ficou em R$ 9 mil. Era, até esta quinta-feira (05), o maior acordo fechado neste ano. Os 3,2 mil metalúrgicos não precisaram realizar nenhuma manifestação.