IPC-S fecha fevereiro acima do esperado, aponta FGV

Das oito classes de despesa que compõem o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), quatro apresentaram acréscimo em suas taxas de variação da terceira quadrissemana de fevereiro para o fechamento do mês. O comportamento dos grupos fez com que o indicador acelerasse de 0,26% na terceira quadrissemana para 0,33% na quarta. A tarifa de eletricidade residencial foi um dos destaques: apesar de continuar no terreno negativo, diminuiu a queda. Do outro lado, a gasolina acelerou no fechamento do mês e teve a maior influência positiva.

A própria FGV previa que o IPC-S ficasse em 0,20% na análise do mês cheio, ou até abaixo dessa projeção. O mercado, consultado pelo AE Projeções, também esperava IPC-S de fevereiro mais baixo, entre 0,10% e 0,30%.

O destaque nos grupos que tiveram um acréscimo em suas taxas de variação foi Habitação, que desacelerou a queda, de -1,87% para -1,28%. O resultado foi pressionado pela redução da tarifa de eletricidade residencial, que saiu de uma queda de -17,24% para -13,91%. Na leitura anterior, o item tarifa de energia tinha acentuado a queda, na comparação com a segunda quadrissemana do mês. Mesmo com o resultado do fim de fevereiro, a tarifa de energia segue como principal item que exerceu influência negativa no indicador.

Registraram acréscimo também nas taxas de variação os grupos Transportes (0,93% para 1,22%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,60%) e Comunicação (0,21% para 0,33%). A FGV destaca, para cada um dos grupos, o comportamento dos itens gasolina (3,60% para 5,02%), medicamentos em geral (-0,14% para 0,15%) e tarifa de telefone residencial (0,59% para 0,92%).

Em contrapartida, verificaram decréscimo os grupos Educação, Leitura e Recreação (1,15% para 0,31%), Alimentação (1,48% para 1,33%), Despesas Diversas (1,88% para 0,85%) e Vestuário (-0,20% para -0,32%). Os destaques em cada uma das classes de despesa foram os itens cursos formais (1,53% para 0,00%), hortaliças e legumes (12,39% para 10,39%), cigarros (3,30% para 1,02%) e calçados (-0,16% para -0,51%).

Com a maior influência de alta no mês, da terceira quadrissemana para a quarta, aparece a gasolina. Na sequência, estão refeições em bares e restaurantes (de 1,39% para 1,44%), tomate (de 19,03% para 13,40%), empregada doméstica mensalista (de 1,26% para 1,68%) e taxa de esgoto residencial (de 1,35% para 1,90%).

Entre os itens que fizeram maior pressão negativa estão a tarifa de eletricidade residencial, o condomínio residencial (-3,94% para -2,52%), a passagem aérea (-11,00% para -9,82%), o mamão papaia (de -9,66% para -10,84%) e o licenciamento – IPVA (estabilidade em -1,12%).