Indústria do Paraná tem recorde de vendas em 2007

As vendas industriais paranaenses registraram recorde no último ano. O crescimento, de 10,27% em relação a 2006, confirma 2007 como o ano de maiores vendas industriais de toda a série histórica pesquisada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) desde 1986. O resultado supera em 9,52% o registrado em 2002, até então o melhor desempenho registrado. De acordo com análise do Departamento Econômico da Federação, o gênero que teve a maior contribuição proporcional para a performance das vendas industriais em 2007 foi o de "Produtos Alimentares", com aumento de 15,36%.

Este resultado foi determinado pela recuperação da produção agrícola e por investimentos feitos pelas empresas do setor para diversificar produtos, inovar e conquistar mercados alternativos e não tradicionais. Desde 2002 até agora, o gênero "Alimentos e Bebidas" teve crescimento de 33,63%. No mesmo período, de acordo com a pesquisa da Fiep, tiveram também aumentos significativos: "Celulose, Papel e Produtos de Papel (31,32%), "Material Eletrônico e de Comunicações" (29,90%), "Fabricação e Montagem de Veículos Automotores" (26,44%) e "Refino de Petróleo e Produção de Álcool" (20,64%).

O maior aumento percentual do ano de 2007 ficou com o gênero "Máquinas e Equipamentos", com alta de 25,67%, posicionando sua participação relativa na indústria de transformação paranaense de 3,61 pontos percentuais em 2006 para 4,11 pontos percentuais no último ano. "Este aumento se deve principalmente ao crescimento da atividade econômica e à necessidade de as empresas realizarem investimentos para ganhar produtividade e ampliar sua capacidade produtiva diante dos sinais de demanda crescente, principalmente no mercado doméstico", explica Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep.

O segundo gênero em aumento de vendas em 2007 foi "Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios", com alta de 20,21%. "O setor vem se recuperando após apresentar quedas em 2006 (-9,17%) e em 2005 (-9,16%)", explica o economista da Federação. Em terceiro lugar vem "Fabricação e Montagem de Veículos Automotores", com crescimento de 19,42%. Este setor, segundo análise da Fiep, foi impulsionado pela abundância de crédito destinado à aquisição de veículos e ampliação do número de parcelas para quitação das dívidas contraídas. Este gênero (automotivo) contribuiu com 2,25 pontos percentuais (dos 10,27%) do total do crescimento industrial do Paraná em 2007.     

"Apesar do bom resultado no último ano, há que se considerar que foram necessários cinco anos para superar o bom desempenho de 2002", observa Maurílio Schmitt. Segundo ele, é possível atingir patamares mais expressivos e a um maior ritmo de crescimento desde que problemas típicos e clássicos da economia nacional sejam superados. "Gastos públicos crescentes e com reduzida produtividade, juros bem superiores aos praticados no mundo, carga tributária e encargos sociais elevados, baixos nível e padrão de escolaridade e infra-estrutura deficiente são fatores restritivos que determinam pequenas taxas de crescimento e travam a realização de um maior volume de investimentos privados", analisa o economista.

Exportações

Analisando o destino das vendas industriais observa-se uma melhora significativa no comércio externo. Entre 2004 e 2007 há um aumento de quatro pontos percentuais de participação relativa das exportações, passando de 19,43% para 23,76% no resultado total das vendas. O resultado supera o registrado no ano de 2002, o melhora até o momento, quando as exportações tiveram uma participação relativa de 22,95% nas vendas industriais totais. De acordo com análise do Departamento Econômico, o aumento da participação das exportações no faturamento global das vendas industriais paranaenses deve-se, além da elevação dos preços das commodities,  ao desenvolvimento de novos produtos de maior valor agregado, à busca de novos mercados e à diversidade da pauta de exportações industriais.

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