Indústria da construção civil cresceu 7,1% em 2006

A indústria da construção civil cresceu 7,1% em 2006, depois de apresentar um recuo de 5,4% no ano anterior. As informações constam da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traça uma radiografia do setor.

De acordo com o levantamento, entre os fatores que contribuíram para estimular o setor em 2006 estão o crescimento da renda familiar, a maior oferta do crédito imobiliário (segundo dados do Banco Central, o financiamento habitacional cresceu 85,5% em 2006, na comparação com 2005), a continuidade da redução da taxa básica de juros durante todo o ano e o controle da inflação.

O IBGE aponta que esse cenário foi fundamental para "garantir uma melhor previsibilidade na economia, tornando mais factíveis os negócios desse segmento, geralmente feitos considerando prazos de maturação mais longos".

Observando-se os quatro grandes grupos investigados, o levantamento aponta expansão de 20,5% nas obras de infra-estrutura, que têm o maior peso na construção. Para o IBGE, esse movimento pode estar relacionado ao crescimento de 19,3% das obras contratadas pelo setor público. Do valor total de obras executadas no país em 2006 (R$ 110,7 bilhões), 42,6% (R$ 47,1 bilhões) corresponderam a obras ligadas ao setor público. Em 2005, as construções para entidades públicas representavam 40,3%.

Os principais destaques para a expansão das obras de infra-estrutura foram rodovias (31,5%), pontes e túneis (54,8%), dutos (69,7%) e redes de transmissão e distribuição de energia elétrica (26,1%).

Já o grupo edificações não-residenciais teve um avanço de 20,2%, impulsionado pelas obras em escolas, hospitais, hotéis e garagens (49,9%), galpões e edifícios industriais (26,7%), montagens industriais (31,6%), plantas para mineração (101,6%) e instalações desportivas (45,8%). O aumento nesse último grupo está relacionado aos Jogos Pan-Americanos, realizado em 2007, no Rio de Janeiro.

Ainda segundo o levantamento, o valor das obras residenciais teve expansão de 9,4%, influenciado pelo cenário favorável à construção de novas residências e reformas. Os destaques foram as edificações residenciais, que cresceram 12,1%.

O grupo outras obras cresceu 22%, puxado pelos trabalhos prévios da construção (26%), que, de acordo com o IBGE, sinaliza a realização de novas obras.

A pesquisa aponta também que a taxa de investimentos, que inclui a aquisição de máquinas e equipamentos e a construção civil, avançou 10% entre os dois anos.

Em 2006, o número de pessoas ocupadas em atividades ligadas à indústria da construção manteve-se praticamente estável, passando de 1,58 milhão para 1,56 milhão entre os dois anos. Ao todo, o setor reunia 109 mil empresas (eram 107 mil em 2005) e pagava, em média, 2,5 salários mínimos mensais para cada trabalhador, totalizando R$ 17,4 bilhões em remunerações (em 2005, as remunerações somaram R$ 15,4 milhões).

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