IBGE: inclusão de P&D em investimentos reduziu consumo do governo no PIB

A inclusão de pesquisa e desenvolvimento na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) reduziu a despesa de consumo do governo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sob a nova metodologia de cálculo, o consumo do governo passou de R$ 797 bilhões para R$ 739 bilhões, uma queda nominal de 7,3%. “Quando nós medimos a despesa de consumo do governo, vemos o quanto ele consome, o quanto gasta de salários para prestar serviços à população. Como incluímos dentro do governo uma estimativa de produção de P&D, estamos induzindo que parte do que ele consumiu não foi gasto para atender às famílias, foi investimentos. Então diminui o consumo do governo e aumenta o investimento”, explicou Cristiano Martins, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

A FBCF, a conta dos investimentos no PIB, somou R$ 800 bilhões em 2010, ante uma estimativa anterior de R$ 734 bilhões, um aumento nominal de 9,1%. Além de pesquisa e desenvolvimento, houve contribuição também da inclusão dos aportes em softwares e avaliação e exploração de recursos minerais.

Ainda sob a ótica da demanda, o consumo das famílias em 2010 foi revisto de R$ 2,249 trilhões para R$ 2,341 trilhões, alta de 4,1%. A revisão dos dados contou com a introdução das informações da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009). A entrada dos dados do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) no cálculo do PIB não alterou o cálculo das despesas das famílias, segundo Martins. “Quanto ao imposto de renda, o que mais passamos a usar foi para a análise de dividendos que as famílias recebem, impostos, juros. No caso do consumo final, (a alteração) se deve basicamente à POF. (O IRPF) Não afetou o consumo das famílias”, afirmou o gerente do IBGE.

O instituto publicou nesta quarta-feira, 11, os dados definitivos do PIB de 2010 e 2011, além de reajustar a série histórica até 2000. A mudança nas Contas Nacionais fez o cálculo incorporar recomendações internacionais. Os resultados das Contas Nacionais Trimestrais até 2014 sob a nova metodologia serão divulgados em 27 de março. Em novembro, o órgão publica as revisões definitivas para as contas anuais de 2012 e 2013. O trabalho de reformulação das Contas Nacionais levou três anos para ser concluído.

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