Há espaço para queda dos combustíveis

Foto: Arquivo/O Estado

Combustível poderia estar custando ainda mais barato.

Com a queda de cerca de 25% nos preços internacionais do petróleo nas últimas seis semanas, analistas e representantes da indústria petroquímica e das empresas aéreas estimam haver espaço para redução de até 20% no preço de alguns derivados no mercado nacional. No caso da gasolina e diesel, 10%. A maior queda, segundo eles, deveria ser na nafta. A expectativa é de que este combustível tenha seu preço reduzido em 15% ou até 20% no próximo dia 30, disse uma fonte de uma empresa petroquímica.  

A Petrobras mantém contratos diferenciados com as empresas do setor, com reajuste mensal, de acordo com o mercado internacional. ?Quando houve o último reajuste, o preço do barril ainda não havia tido uma queda tão forte. Caso essa tendência se mantenha, é bem provável que haja uma redução desse porte (em torno de 20%)?, afirmou a fonte.

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) trabalha com a expectativa de redução entre 10% e 11% no valor do querosene de aviação (QAV), em razão da diminuição do valor do barril no mercado internacional. O novo preço deve ser anunciado na terça pela Petrobras e passa a valer a partir do dia 1.º de outubro, seguindo a política da estatal de reajustar este combustível a cada 15 dias.

Nos últimos dois reajustes, a Petrobras já vinha reduzindo o valor do querosene, em 4% (15/9) e 5,1% (1/9). Apesar disso, o combustível acumula alta de 14,8% este ano sobre 2005.

Gasolina

Os preços da gasolina e do diesel não são reajustados desde setembro do ano passado e ao que tudo indica ainda devem ficar mais algum tempo estáveis. Indagado sobre a possibilidade de repassar para estes preços a redução do valor internacional do barril, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse na semana passada que a estatal manteria a política de ?não repassar a volatilidade do mercado internacional para o mercado interno?. ?Quem garante que estes valores não sobem de novo na próxima semana?, completou na ocasião o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, a Petrobras pode aproveitar o momento para recuperar as perdas que acumulou durante o período em que o barril de petróleo teve seu preço acima dos US$ 70. ?A Petrobras não repassou esta alta e deixou que os preços da gasolina no Brasil ficassem até 22% abaixo do mercado internacional. As perdas com essa diferença somam algo em torno de US$ 6,8 bilhões?, comentou Pires.

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