Guerra fiscal prejudica indústrias de plástico

As empresas fabricantes de plástico estão sofrendo com o mercado retraído e o pouco crescimento do País, assim como outros setores industriais. No Paraná, a situação ainda se complica em função da guerra fiscal promovida por diversos estados brasileiros. Este foram alguns dos assuntos discutidos ontem, em Curitiba, no IV Fórum Sul-Brasileiro do Setor Plástico, promovido pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Paraná (Simpep).

Para Dirceu Galléas, presidente da entidade, o Estado corre o risco de perder muitas empresas por causa da guerra fiscal. ?O setor plástico do Paraná é pioneiro, mas vem sofrendo nos últimos 10 anos com a concorrência desleal da guerra fiscal. Isto está fazendo com que as empresas regionais se mudem para outros estados, tal é a vantagem do ganho fiscal. Estamos correndo o risco de perder muitas empresas?, afirma.

A indústria do plástico movimenta R$ 10,6 bilhões na região sul do Brasil, com a atividade de 2.435 empresas e 72 mil trabalhadores. No Paraná, são 700 empresas, que empregam 18 mil funcionários e alcançam um faturamento de R$ 3,2 bilhões.

O fórum, que reuniu empresários e profissionais da área, se tornou um evento obrigatório no calendário nacional do setor. Como é realizado sempre na metade do ano, se torna possível fazer um balanço de como foi o primeiro semestre e planejar o segundo. O fórum fez um diagnóstico de toda a cadeia do setor plástico no sul do País. Além disso, proporcionou a integração entre os diversos agentes deste processo, a discussão de tendências do mercado e análise de oportunidades. Entre os palestrantes do fórum estavam Joelmir Beting, jornalista e comentarista de economia, e o ex-ministro Ciro Gomes.

A reciclagem do plástico também foi discutida durante o fórum. Galléas cometa que o índice de reaproveitamento desde material, cerca de 17% no Brasil, ainda é pequeno frente ao montante de lixo produzido. Ele compara ao patamar alcançado pela indústria de alumínio, que consegue uma reciclagem de mais de 98%. ?A reciclagem é um processo cultural, que precisa ser estimulado. A indústria também se preocupa com o meio ambiente?, conta Galléas.

Para estimular a mudança na cultura, o sindicato promoveu um concurso de redação com estudantes das escolas municipais de Curitiba. Dez textos foram escolhidos, entre 50 mil. Os alunos foram premiados com presentes, bicicleta, aparelho de DVD e computador. As professoras e as escolas também foram homenageadas, diante da importância do educador na conscientização sobre a reciclagem. 

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