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Grau de endividamento dos paranaenses é considerado preocupante

Passada a euforia das compras natalinas e festas de fim de ano, mesmo quem diz não gostar de economia se vê obrigado a refletir sobre o que 2013 reserva para as finanças pessoais. O Paraná Online foi até o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) verificar como os números projetados para o Paraná podem e devem influenciar nas contas pessoais.

Para o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, o grau de endividamento dos paranaenses é considerado preocupante. Segundo estimativas do Banco Central, as famílias comprometeram 45% da renda anual com dívidas. Desconsiderando o crédito habitacional, 25% dos gastos do mês são com compras parceladas. “O que mais chama atenção é que esse tipo de endividamento é extremamente caro já que na maioria das vezes envolve o uso de cartão de crédito e cheque especial”, aponta. Ele lembra que enquanto o cartão soma 230% ao ano de juros, o cheque especial fica em 160%. “Se essa parcela estiver relacionada a compras por impulso, essa família está fadada a ter problemas financeiros, já que nenhum reajuste salarial acompanha isso”, alerta.

Emprego

Segundo ele, a gravidade desse consumo desenfreado só não se mostra mais gritante, porque o risco de desemprego continua baixo. “Pontualmente, se a pessoa perder o emprego é um desastre, por isso, nada melhor do que colocar as contas em dia.” E pelo que o Ipardes projeta, a geração de empregos no Paraná deve seguir a curva ascendente para os próximos quatro anos, por causa da maturação dos investimentos do programa Paraná Competitivo.

Criação de mais empregos

“Dentro do horizonte de três a quatro anos, serão criados 120 mil novos empregos diretos e indiretos por conta da atração dos investimentos”, prevê. Empregos na indústria, o que significa remunerações melhores. “Um total de 22% das vagas com carteira assinada criadas no Paraná, entre janeiro e novembro, foram pela indústria de transformação e dessas vagas 84% no interior. Isso já demonstra os desdobramentos do programa, interiorizando o investimento”, afirma. Quanto aos investimentos que deixaram o Estado como a BMW, a Nissan e a Sinotruk, ele considera que o saldo ainda foi positivo. “Estamos no eixo que compete por investimentos e nosso saldo é bom. Tanto que nossa economia cresceu praticamente o dobro da nacional, mesmo com quebra de safra.” Ele admite que a infraestrutura logística e o alto custo do pedágio que encarece o escoamento rodoviário são complicadores na atração dos investimentos. “Tivemos uma década perdida. E o que está sendo feito agora, só dará frutos em 2016.”

Crescimento

O Ipardes trabalha neste ano com projeção de crescimento de 4% para o Paraná. “Se o tempo seguir colaborando teremos uma supersafra. Isso somado ao vigor do emprego industrial e a maturação dos investimentos vão alavancar a nossa economia”, diz Gilmar Mendes Lourenço.