GM do Brasil manterá investimentos previstos até 2012

O presidente da General Motors (GM) no Brasil e Operações Mercosul, Jaime Ardila, assegurou hoje que a montadora vai manter o investimento programado para o período de 2007 a 2012, no valor de US$ 2,5 bilhões. Segundo ele, a subsidiária brasileira tem recursos próprios suficientes para concretizar este plano, embora a empresa não descarte negociar financiamentos com instituições financeiras e bancos de fomento.

“Já estamos preparando anúncios de investimento, para as próximas semanas e meses, de projetos específicos referentes a estes investimentos”, afirmou o executivo. Segundo ele, do aporte de US$ 2,5 bilhões programado para o período, já foram anunciados e aprovados US$ 1,5 bilhão, dos quais US$ 1 bilhão foram desembolsados. Até o momento, foram investidos US$ 500 milhões na Argentina (no projeto Viva, cuja produção começa no segundo semestre de 2009) e outros US$ 500 milhões foram para o desenvolvimento de novas plataformas para projetos futuros. Além de um novo modelo da família Viva, programado para este ano, a empresa prevê para 2010 “quatro lançamentos importantes”, segundo Ardila.

A GM trabalha com a expectativa de manter sua participação no mercado brasileiro ao redor de 20%, afirmou o executivo. Ele procurou tranquilizar o cliente brasileiro quanto à situação da filial, dizendo que a empresa está lucrativa e não há riscos de faltarem peças, já que são fabricadas no País. Ardila observou, também, que as vendas em maio mostram que a marca não foi arranhada pelas notícias envolvendo a matriz.

“O mês de maio foi ótimo para a Chevrolet, que vendeu 47.800 unidades, alta de 17% sobre abril. Isso nos dá um market share (participação de mercado), excluindo caminhões, pouco acima de 20%, participação que nós temos como objetivo e vamos manter em junho”, disse. Segundo ele, o mercado nacional vai continuar forte. Ardila trabalha com a expectativa de que a indústria automotiva brasileira venda 270 mil veículos em junho, quando termina a redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI). Em maio, o mercado comercializou em torno de 247 mil unidades.

De acordo com ele, a GM do Brasil deve manter os atuais níveis de emprego. A empresa trabalha, no momento, com mais de 100% da capacidade instalada, com turnos aos sábado, inclusive.

Opel

O presidente da GM no Brasil e Operações Mercosul descartou que a venda da Opel, braço alemão da montadora norte-americana, possa significar uma perda de transferência tecnológica para as operações locais. “A maioria dos nossos produtos vem do Brasil. É importante dizer que temos um dos mais avançados centros de tecnologia do mundo, com mais de 1.200 engenheiros e 300 designers que estão desenvolvendo nossos produtos”, afirmou.

Historicamente, a maioria dos carros da GM que circulam no Brasil são baseados em modelos europeus produzidos pela Opel e não da subsidiária norte-americana, como é o caso do Corsa. Mas Ardila lembrou que há modelos, como o Meriva, que foram projetados no Brasil e depois exportados para outros mercados. “Já não existe mais produto europeu, americano ou brasileiro e sim processo de desenvolvimento, que é mundial. O Brasil tem responsabilidade global por vários modelos.”

O executivo também disse que hoje a filial não compra nem vende tecnologia aos EUA. “Então, a reestruturação da matriz não tem impacto direto na operação brasileira”, observou, dizendo que este modelo permanecerá nos próximos anos.

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