Dieese

Geração de emprego foi maior no interior do Estado

As regiões Sudoeste, Noroeste e Norte Central do Estado foram as que tiveram os melhores desempenhos em criação de empregos formais durante 2009. Os saldos de postos de trabalho, nessas regiões, cresceram, respectivamente, 7,46%, 5,53% e 3,78%, na comparação com 2008. Os dados, que fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram analisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que divulgou o estudo na última semana. A pesquisa ainda detectou que duas regiões perderam vagas de trabalho no ano passado: o Centro Oriental (-0,74%) e o Norte Pioneiro (0,20%).

O desempenho do Sudoeste foi obtido devido a um saldo de 5.617 vagas, criadas em todas as suas microrregiões Pato Branco, Francisco Beltrão e Capanema. No Noroeste o saldo foi de 6.741 vagas, criadas principalmente nas regiões de Cianorte, Umuarama e Paranavaí. No Norte Central a maioria das 16.699 vagas foi criada em Astorga, Londrina e Ivaiporã. Já no Centro Oriental, o saldo negativo de 994 vagas foi influenciado por quedas no nível de emprego nas regiões de Telêmaco Borba e Jaguariaíva. No Norte Pioneiro, a redução de 165 vagas teve influência de Ibaiti e Telêmaco Borba.

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, o fraco desempenho nas regiões Centro Oriental e Norte Pioneira do Estado foi causado por uma queda na atividade agropecuária, que sofreu, no ano passado, com problemas climáticos e diminuição nas exportações.

Já o bom desempenho do Sudoeste foi puxado de forma balanceada pelo comércio (32,90% de participação no saldo de vagas), indústria (28,29%) e serviços (27,15%). No Noroeste, foi a indústria que teve participação determinante, com 54,01% dos postos de trabalho criados. No Norte Central, a principal influência veio dos serviços, que contribuíram com 43,57% dos novos empregos gerados.

Interior

O Dieese também percebeu que, no saldo de 69.084 vagas obtido pelo Paraná, no ano passado (que representaram um crescimento de 3,23%), os melhores desempenhos vieram do Interior do Estado e dos municípios com menos de 50 mil habitantes, que cresceram 3,31%. Mesmo assim, os 29 municípios com mais de 50 mil habitantes, que tiveram taxa de crescimento de 3,19%, continuaram representando a maioria (71,1%) dos empregos gerados no Estado.

Entre os principais municípios do Paraná, as maiores taxas de crescimento no nível de emprego, em 2009, aconteceram em Piraquara (19,11%), Araucária (17,53%) e Pato Branco (10,55%). Na primeira, o setor de serviços foi determinante, criando 47,39% das 882 novas vagas. Para Silva, a instalação de uma empresa de médio porte no município já tem a capacidade de gerar boa parte desses novos empregos.

Em Araucária, o crescimento foi puxado pela construção civil, que gerou 2.864 vagas (51,02% das 5.614 vagas criadas na cidade). Segundo Silva, possivelmente uma geração de empregos nesse nível foi influenciada pelas obras de ampliação da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), da Petrobras. Em Pato Branco, a maior parte (41,27%) das 1.839 novas vagas veio da indústria.

Demissões

Já os piores índices foram observados em Pinhais (-9,60%), Telêmaco Borba (-8,11%) e Toledo (-2,80%). O mesmo segmento de serviços que gerou empregos em Piraquara tirou vagas de Pinhais, onde o saldo negativo foi de 3.536 vagas, sendo que 87,39% dos postos foram fechados naquele setor. Em Telêmaco Borba, o fechamento de 1.180 vagas foi puxado especialmente pelos serviços, que representaram 47,03% desse total.

Em Toledo, a maior influência nas 965 vagas fechadas veio da indústria. Só o segmento de produtos alimentícios fechou 1.282 postos compensados com a criação de vagas em outros setores. Em maio do ano passado, por exemplo, a Sadia, instalada no município, demitiu 900 funcionários.

Para Silva, a recuperação dos níveis de emprego começou a acontecer, no Estado, a partir do segundo semestre. Ele acredita que os índices mostram uma retomada: “Isso faz crer que 2010 volte a ter patamares anteriores à crise”, conclui.

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