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Fabricantes de máquinas e tratores apostam em novo PSI

A indústria brasileira de máquinas e tratores não trabalha com a hipótese de não haver um plano que substitua o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), afirmou hoje (28) o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego. “Todos os nossos contatos com o governo sugerem que o programa continuará”, disse.

A expectativa, porém, é que um novo PSI seja executado com juros maiores que os 5,5% ao ano do programa, que se encerra oficialmente em março. “Talvez também haja uma redução no total financiado”, atualmente em 90%, disse. “Não trabalhamos com hipótese de não haver um novo PSI.”

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje, após apresentar os cortes no Orçamento da União, que o governo gastará R$ 7 bilhões com subsídios em 2011, metade do que estava previsto. A redução dos subsídios do Tesouro ocorrerá por meio da elevação das taxas de juros cobradas nos programas de financiamento do BNDES, afirmou o ministro.

Fora do programa de sustentação do investimento, a alternativa para financiamentos hoje é o programa Moderfrota, com juro de 9,5% ao ano. A linha ainda está em operação, mas foi praticamente deixada de lado depois da vigência do PSI.

Rego diz que o setor de máquinas e equipamentos agrícolas vive um momento delicado, após a suspensão do recebimento de novos pedidos de financiamento dentro do PSI feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Depois da suspensão não se está financiando nada. E isso deve prosseguir porque quando o novo programa for anunciado os bancos precisarão de duas a três semanas para ajustar-se às novas condições”, previu. O BNDES suspendeu o recebimento de pedidos por causa da corrida dos bancos comerciais que intermedeiam as operações para aproveitar as taxas de juros reduzidas a 5,5% ao ano, que valem até março.

A queda de 12% nas vendas de máquinas em janeiro já reflete as aprovações mais lentas dos financiamentos, disse o vice-presidente da Anfavea. “Em fevereiro esse recuo vai se aprofundar.” As vendas internas no atacado somaram 4 mil unidades em janeiro, um recuo de 11,9% ante o mesmo mês do ano passado e alta de 3,9% frente a dezembro, segundo dados da Anfavea. A produção de máquinas agrícolas caiu 10,0% em janeiro, ante janeiro de 2010, para 5.300 unidades. Mas houve alta 25,4% sobre dezembro de 2010.