Estiagem e preços de alimentos elevam inflação em outubro, aponta IBGE

Rio de Janeiro – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para fixar as metas de inflação, fechou o mês de outubro em 0,30%, quase o dobro da variação registrada em setembro ? 0,18%, a taxa mais baixa do ano.

Segundo a coordenadora de Índices e Preços do Instituto Brasileiro de Geog,rafia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes, o aumento divulgado hoje (7) foi causado, em grande parte, pela alta no preço dos produtos alimentícios, principalmente os perecíveis e os sazonais, como as frutas, que tiveram a maior contribuição individual (0,06%).

"Embora os produtos alimentícios tenham sido os maiores responsáveis, o que se observou foi maior difusão de aumentos que contribuíram para essa alta. O preço dos remédios subiu, o do cimento também, assim como a gasolina", informou Eulina.

Apesar das altas, a economista acrescentou que o Banco Central deverá conseguir cumprir as metas da inflação para 2007, já que as variações apresentadas ao longo do ano seguem um padrão. "A taxa da inflação deste ano já está praticamente fechada. Não em termos numéricos, mas em relação ao perfil dos produtos que causam a variação. Se formos analisar a trajetória da inflação durante o ano, veremos que 2007 será caracterizado por uma alta significativa dos produtos alimentícios, que, até outubro, fechou em 7,76%. Mas outros produtos, como a energia elétrica e a redução nas tarifas telefônicas no Rio de Janeiro e em São Paulo, vão promover um recuo na taxa", disse.

O preço da gasolina, que também impulsionou o IPCA de outubro, fechou o mês em alta de 0,36%, depois de queda de 0,79% em setembro. Em Goiânia, o aumento foi de 12,79%.  Já o preço do álcool, com alta de 20,42%, não contribuiu para a taxa nacional, que fechou em queda (-0,90%). Com essas duas taxas, Goiânia registrou o maior IPCA regional, com 0,95%, destacou a economista.

Ela também disse não acreditar que a falta de gás veicular na semana passada possa contribuir para um aumento no IPCA de novembro: "A princípio, essa alta no IPCA não tem nenhuma indicação de continuidade para o próximo mês. No caso dos alimentos, a alta veio dos produtos perecíveis, como as frutas e a batata, sujeitos a problemas de qualidade e quantidade também, devido ao clima."

O IPCA é calculado desde 1980 e toma como referência as famílias com rendimento de até 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas, além do município de Goiânia e de Brasília.

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