As empresas curitibanas devem receber R$ 1,4 bilhão em créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até o final do ano. A estimativa é da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, que divulgou ontem um estudo quanto às pessoas jurídicas que já adquiriram o empréstimo junto à instituição estatal.
De acordo com o levantamento, de janeiro a agosto deste ano, as empresas de Curitiba receberam R$ 924,7 milhões do BNDES, um valor 52% maior do que em 2007, quando os recursos liberados chegaram a R$ 610 milhões.
O estudo mostra ainda que a cidade recebeu o equivalente a 1,75% do total liberado pelo BNDES em 2008 em todo o país, contra a média de 1,12% entre 2002 e 2007.
Segundo a pesquisadora da Estação Business School/Ibmec (instituição responsável pelo levantamento), Joseli Zonta, o estudo deverá dar suporte para o planejamento da Agência Curitiba, quanto às políticas públicas de fomento ao desenvolvimento sócio econômico da capital.
Um dos fatores identificados pelo estudo, segundo Joseli, é a maior parte dos créditos do BNDES, cerca de 76%, serem liberados para empresas de grande porte. Joseli explica que esse panorama pode orientar o direcionamento de ações para aproximar os pequenos e micro empresários das linhas oferecidas pelo banco estatal. “Essa gama de empreendedores corresponde a 97% do empresariado curitibano. É um número que tem um grande peso na economia da capital”, afirma.
Segundo Joseli, micros e pequenas empresas receberam pouco mais de 20% dos recursos do BNDES. Uma das estratégias a ser adotada pela Agência Curitiba para aproximar as micro, pequenas e médias empresas do BNDES é a divulgação das linhas de crédito do banco.
Recursos
Outra constatação do trabalho é a de que em seis anos o destino dos recursos liberados pelo BNDES mudou de direção. Em 2008, a participação de comércio e serviços no bolo de recursos liberados pelo BNDES recuou para 48%, já que em 2002 o setor obteve 65,4% do total dos créditos liberados.
Já a indústria da transformação recebeu 52% do total. Somente a atividade econômica fabricação de veículos, reboque e carroceria recebeu 46% de todos os créditos destinados à indústria de transformação de Curitiba.