Emprego teve a maior queda em maio

A antecipação da safra de cana-de-açúcar e os problemas na agricultura – quebra de safra, dólar desvalorizado – reduziram o número de contratações de mão-de-obra no Paraná em maio. O resultado foi um dos crescimentos mais baixos do nível de emprego: 0,74%, o menor no mês desde 98. ?Historicamente, o Paraná tem maior geração de empregos em maio, puxada pela agroindústria e agricultura. Mas desde o ano passado, a geração tem se concentrado em abril?, apontou o economista Sandro Silva, do Departamento Intesindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Segundo dados do Dieese-PR, no ano passado o Paraná gerou cerca de 24 mil empregos em abril e 15,6 mil em maio; este ano, foram 20,3 mil em abril e 13.468 em maio – um dos saldos mais baixos no mês desde 99. A maior parte dos empregos (quase 68%) foi gerada no interior do Estado, contra 32% da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Entre os setores que mais empregaram no mês passado, destaque para a indústria de alimentos e bebidas – puxada pela produção de açúcar e álcool -, com 2.916 empregos, seguida pela agricultura e silvicultura (2.448), comércio varejista (2.438) e construção civil (1.903), considerada ?a grande surpresa? na geração de empregos. Na outra ponta, as maiores quedas foram verificadas na indústria de madeira e mobiliário (-622), indústria de borracha, fumo e couros (-370) e mecânica (-114). Na comparação com outros estados, o nível de emprego no Paraná foi o nono maior, igual à média nacional (0,74%).

No ano (janeiro a maio), o nível de emprego cresceu 3,69% no Paraná – acima da média nacional, de 2,95% -, com a geração de 65.298 empregos. Os setores que mais empregaram foram indústria de alimentos e bebidas, com 15.370 postos de trabalho, seguida pela agricultura e silvicultura (9.276), outros serviços (7.260), comércio varejista (5.457) e construção civil (5.397). O único setor com queda no saldo de empregos foi a indústria de madeira e mobiliário (-533), que já vinha apresentando saldo negativo no ano passado por conta da valorização do real frente ao dólar, que prejudicou as exportações. ?Muitas empresas demitiram; outras fecharam as portas?, salientou Sandro Silva.

Grande Curitiba

Sofrendo pouca influência da agricultura, a Grande Curitiba tem registrado índices bem maiores do que o interior – e o Paraná como um todo – na geração de empregos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, enquanto no Estado houve desaceleração de 14% no número de empregos gerados em maio na comparação com igual mês de 2005 – passando de 15,6 mil para 13,4 mil – na Grande Curitiba a desaceleração foi bem menor (1,61%), passando de 4.406 em maio do ano passado para 4.334 este ano. Além disso, no acumulado de janeiro a maio, o saldo de empregos na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é de 20,4 mil – o maior desde 92.

Entre os setores que mais empregaram no ano estão o de serviços (11.994 postos de trabalho) – com destaque para outros serviços (4.948) e hotéis e restaurantes (3.228) -, seguido pelo comércio (3.046) e construção civil (2.549). 

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