Emprego industrial registra nova queda

O emprego na indústria do Paraná não está conseguindo recuperar o fôlego. Há nove meses seguidos, os resultados mensais são negativos. Em abril, a queda foi de 3,5% na comparação com igual mês do ano passado. No acumulado do ano (primeiro quadrimestre), a queda é de 3,3%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em abril, dos 18 setores pesquisados no Paraná, 12 registraram queda no emprego. O principal impacto negativo veio do setor de madeira, com recuo de 21,4%. Segundo a economista Isabela Nunes, do IBGE, o setor, essencialmente exportador, não está sendo estimulado pelo câmbio. ?Também existe a restrição ambiental?, ressaltou. O vestuário, com queda de 8,5%, aparece logo em seguida. ?Este setor vem apresentando, também em nível nacional, produção abaixo da média, o que já está refletindo no emprego?, comentou a economista. O segmento de máquinas e equipamentos (-12,4%) completou o rol de principais impactos negativos no Estado, puxado pelas máquinas agrícolas – reflexo da crise no campo.

Na outra ponta, o setor de alimentos e bebidas – que inclui também a agroindústria – registrou o maior impacto positivo, com aumento de 3,67%. A safra de cana-de-açúcar, com a produção de álcool e açúcar, tem contribuído para o bom desempenho.

No acumulado do ano, dos 18 setores pesquisados, onze apresentaram queda. Os setores de madeira e vestuário lideram, mais uma vez, os principais impactos negativos, com queda de 23,7% e 9,1%, respectivamente.

País

Em nível nacional, o emprego na indústria cresceu 0,5% na comparação com março e recuou 0,8% na comparação com abril do ano passado – o oitavo resultado negativo. No acumulado do ano, o emprego acumula queda também de 0,8%.

Na comparação com abril de 2005, houve corte de empregos em oito das 14 áreas pesquisadas. Rio Grande do Sul (-9,3%) e região nordeste (-3,1%) tiveram as reduções mais relevantes. Por outro lado, as principais influências positivas vieram da região norte e centro-oeste (9,1%) e Minas Gerais (3%).

Os ramos que participaram com os maiores impactos negativos foram calçados e artigos de couro (-12,4%) e máquinas e equipamentos (-8,7%). Por outro lado, destacaram-se as influências positivas das contratações efetuadas em alimentos e bebidas (7,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,9%).

Folha de pagamento

Com relação à folha de pagamento real, houve queda de 4,5% no Paraná em abril na comparação com igual mês do ano passado, com recuo em 12 dos 18 setores pesquisados. O setor de madeira registrou uma das maiores quedas (-20,6%), assim como a metalurgia básica (-28%).

Em nível nacional, a folha de pagamento aumentou 0,3% neste tipo de comparação. A principal contribuição positiva veio da região norte e centro-oeste (12,1%), influenciada por alimentos e bebidas (13,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (33,3%), e meios de transporte (36,8%).

Em sentido oposto, os impactos negativos mais relevantes, entre os locais, foram São Paulo (-2,1%), com destaque para os setores de máquinas e equipamentos (-16,8%) e meios de transporte (-8,2%); e Rio Grande do Sul (-6,6%), principalmente devido aos resultados de calçados e artigos de couro (-21,4%) e outros produtos da indústria de transformação (-19,7%).

Ainda na comparação mensal, a folha de pagamento real expandiu-se em dez dos dezoito setores industriais investigados.

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