Eletrobrás: Jirau parada gera perda diária de R$ 6 mi

O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, disse hoje, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que cada dia de paralisação da obra da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, gera um prejuízo de R$ 6 milhões. A licença para a construção do canteiro de obras da hidrelétrica no complexo do Rio Madeira expirou na segunda-feira da semana passada (dia 18) e como ainda não foi liberada a licença de instalação definitiva, as obras foram paralisadas.

O diretor da Eletrosul, Ronaldo Custódio, que pertence ao grupo Eletrobrás, explicou que esse prejuízo é dividido em duas partes, sendo R$ 1 milhão diário para manter a infraestrutura e os empregados, e R$ 5 milhões por dia que a energia deixará de ser vendida, quando a hidrelétrica começar a produzir.

O prejuízo de R$ 5 milhões foi calculado considerando o preço de R$ 71 pelo megawatt/hora (MWh), definido no leilão. Mas é possível que esse prejuízo seja ainda maior, porque o preço da energia no mercado livre, que hoje está acima de R$ 100, é sempre mais alto do que o preço de leilão. “É um prejuízo que se reflete, também, na sociedade, porque não tem energia disponível”, disse Custódio.

O consórcio Enersus, responsável pela obra, prevê antecipar do início de 2013 para o início de 2012 a entrada em operação da usina de Jirau. Essa antecipação vai permitir, segundo Custódio, que o consórcio venda durante esses 12 meses 100% da energia de Jirau no mercado livre.

A licença definitiva de Jirau ainda não foi liberada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) porque está aguardando o aval do governo do Estado de Rondônia. O presidente da Eletrobrás disse que as reivindicações do governador Ivo Cassol são justas e serão resolvidas. “Estamos fazendo de tudo para antecipar a operação da usina. Jirau vai sair”, garantiu. Cassol reivindica a regularização fundiária de 5 mil famílias, que estão assentadas em uma reserva ambiental da União às margens do Rio Madeira.

Belo Monte

Muniz disse também que a licença ambiental prévia da usina hidrelétrica de Belo Monte deve ser emitida em julho pelo Ibama. A licença prévia é um dos primeiros passos para realização do leilão da hidrelétrica, que está previsto para ocorrer em outubro deste ano.

A usina de Belo Monte será construída no Rio Xingu, no Pará, e terá capacidade de gerar cerca de 11 mil megawatts (MW) de energia elétrica. Segundo Muniz, a construção da usina será responsável pela geração de 18 mil empregos diretos e 80 mil empregos indiretos.

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