No bolso

Discussão sobre salário mínimo regional empaca novamente

Mais uma vez, representantes de trabalhadores, entidades empresariais e governo estadual se reuniram para discutir o reajuste deste ano para o salário mínimo regional do Paraná.

O encontro aconteceu nesta quinta-feira (5), quando o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apresentou uma nova proposta para o aumento, representando a administração estadual.

A oferta era de 10,32% de reajuste para todos os quatro grupos de ocupações atendidas pelo mínimo. No entanto, a discussão continua empacada, pois não houve acordo entre as partes.

Atualmente, o salário mínimo regional do Paraná varia de R$ 708,74 até R$ 817,78, de acordo com os grupos de classificação das ocupações. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 14,13%.

Já a proposta das entidades empresariais era de aumentos de 6,5% para o Grupo I (setor agropecuário), 7,5% para o Grupo II (comércio) e 8,54% para os Grupos III e IV (indústria e técnicos de nível médio, respectivamente). O primeiro é o que recebe o menor valor e o último, o maior. Os valores intermediários são R$ 736,00 (II) e R$ 763,26 (III). A proposta do governo estadual seria, portanto, uma tentativa de agradar tanto os trabalhadores quanto os empresários.

De acordo com o diretor-financeiro da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), João Luiz Rodrigues Biscaia, esta seria a única proposta viável para os empregadores. “A crise está chegando, todos os setores estão com muitas dificuldades financeiras”, argumenta. Apesar de a proposta ainda não ter chegado ao patamar almejado pelos trabalhadores, eles reconhecem que a oferta apresentada pelo governo estadual promoveu um avanço nas negociações. Com base nela, os trabalhadores pretendem negociar um pouco mais, até chegar a pelo menos 11% de reajuste.

O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado do Paraná (NCST), Denílson Pestana da Costa, ainda vê outra vantagem nessa discussão. “Neste momento, estamos mais próximos de um acordo do que anteriormente porque também estamos discutindo uma forma de manter a diferença de 30% em relação ao mínimo nacional, que estávamos perdendo”, explica. A ideia é já definir o valor do aumento para 2013, além de acertar o reajuste deste ano.

“No ano passado, tivemos apenas um reajuste inflacionário, correndo o risco de o nosso mínimo ficar desvalorizado em relação ao nacional. Portanto, precisamos garantir novamente essa diferença de 30%”.

Ele afirma que, para isso, seria necessário ter um aumento real de pelo menos 5,1% tanto em 2012 quanto em 2013, além da reposição inflacionária. Para analisar todas essas questões, nesta reunião de quinta, foi criada uma comissão tripartite, formada por representantes dos trabalhadores, entidades empresariais e governo.

Uma nova reunião deve acontecer na próxima semana. Como não houve acordo, o Ipardes não quis comentar o assunto. Já a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETS) apenas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que deseja atingir um consenso entre as partes.