IPCA

Curitiba registra primeira deflação do ano

A inflação em Curitiba e Região Metropolitana teve, em junho, a primeira taxa negativa do ano. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços na capital tiveram, em média, uma queda de 0,15%.

Com a taxa, o primeiro semestre terminou com uma inflação de 2,87%, menor que a média nacional, de 3,09%. No País, os preços tiveram estabilidade em junho. O índice ficou em 0%. Especialistas apontam a Copa do Mundo como uma das causas da pequena variação nos preços, no mês passado.

O índice nacional do mês passado foi o mais baixo IPCA mensal desde junho de 2006 – justamente o período em que foi realizada a Copa da Alemanha -, quando houve deflação de 0,21%.

“A variação zero do IPCA de junho está diretamente ligada à Copa do Mundo”, afirma a coordenadora da pesquisa do IBGE, Eulina Nunes. Segundo ela, não há nenhuma novidade nisso: desde o Plano Real, a inflação registra queda nos períodos de Copa.

Isso aconteceu também em 1998, quando a inflação de junho foi a menor taxa mensal do primeiro semestre (0,02%). Em 2002, maio teve a menor taxa do primeiro semestre (0,21%).

O professor Carlos Magno Bittencourt, coordenador do curso de Economia da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), concorda com a influência da Copa sobre os preços.

Ele aponta como causa as mudanças no comportamento do consumidor, que costuma, por exemplo, se alimentar mais em casa nesse período. Porém, ele lembra que a boa safra está ajudando a frear os preços dos alimentos, e que o aumento na taxa de juros, promovido em abril pelo Banco Central, também já está diminuindo o consumo.

Produtos

Os alimentos e bebidas estiveram, mesmo, entre os principais responsáveis pela deflação de junho, em Curitiba. O grupo teve baixa de 1,03% nos preços, puxada pelos produtos comprados para serem consumidos em casa, que ficaram 1,73% mais baratos, em média.

A tangerina (-25,78%) e a batata (-22,83%) foram os itens que mais baixaram. Já as refeições fora de casa tiveram aumento de 0,34%. No ano, porém, o grupo de produtos ainda responde pelo maior impacto sobre a inflação, com 6,47% de aumento.

Outra categoria de produtos que influenciou a baixa de junho foi a de transportes, que fechou o mês com índice de -1,18%. Os combustíveis foram os itens com as maiores baixas: o etanol ficou 9,39% mais barato, seguido da gasolina (-3,39%).

Os carros novos (-0,76%) e usados (-0,18%) também tiveram baixas nos preços. Por outro lado, as passagens de avião subiram 17,02% e foram o item que mais aumentou entre todos os produtos pesquisados pelo IBGE.

Tendência

De acordo com Bittencourt, a tendência para os próximos meses é de índices baixos de inflação, principalmente por influência da safra recorde. No entanto, ele ressalta que o período de eleições pode pressionar os preços para cima.

“As campanhas geram emprego. Teremos, então, um contingente maior de pessoas trabalhando, colocando no mercado suas rendas de R$ 400 a R$ 500”, afirma.

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