Curitiba quer se consolidar em eventos

Curitiba quer entrar de vez na rota dos grandes eventos nacionais e internacionais. Prova disso é que, em dois meses, dois importantes anúncios foram feitos ao mercado: a mudança na administração do Estação Embratel Convention Center, que desde 1.º de junho cabe à multinacional GL Events – que gerencia o Riocentro, no Rio de Janeiro -, e, mais recentemente, o anúncio de um novo centro de eventos – o ExpoCuritiba, que está sendo construído pelo Grupo Positivo no câmpus do UnicenP. O investimento do grupo no novo complexo, que inclui ainda um teatro e um hotel, é de R$ 37 milhões.

?Ainda existem poucos espaços de eventos em Curitiba?, acredita Marcelo Franco, diretor-executivo do ExpoCuritiba. Em pouco mais de um mês desde o lançamento, o novo local já captou 12 grandes eventos para 2008. O primeiro deles será o ExpoMoney, que acontece nos dias 16 e 17 de abril. ?O primeiro ano é o mais difícil. Eventos de grande porte – público acima de mil pessoas – são agendados com um ano e meio a dois anos de antecedência e não devemos captar mais do que 20 grandes eventos para 2008?, apontou Franco. O amadurecimento, segundo ele, deve acontecer a partir do quarto ano (2012), quando o objetivo é realizar cerca de 160 eventos, de pequeno, médio e grande portes, e reunir aproximadamente 500 mil pessoas no ano.

De acordo com Marcelo Franco, o foco do novo empreendimento são congressos e feiras tecnológicas que tenham relação com os 26 cursos de graduação, pós-graduação e mestrado do UnicenP. ?O local não é vocacionado, por exemplo, para feirão de automóveis usados nem para feira de roupas?, explicou Franco.

O novo centro contará com área total construída de 8.365 metros quadrados e deve ser inaugurado entre o final de março e o início de abril de 2008. Com isso, Curitiba ganha mais uma opção de local para grande eventos. Conforme pesquisa quantitativa realizada pelo Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), os centros de convenções instalados na capital – Castelo do Batel, Centro de Convenções de Curitiba, Estação Embratel Convention Center e Expotrade Convention & Exhibition Center, este último em Pinhais – somam 44 salas e auditórios que comportam até 19.019 pessoas.

Para Franco, havia demanda reprimida em Curitiba para centros de eventos diferenciados. ?Nosso piso suporta equipamentos extremamente pesados, de 5 mil quilos por metro quadrado. Além disso, o espaço tem vão livre e o local de carga e descarga tem capacidade para 15 caminhões ao mesmo tempo, além de datashow em todas as 12 salas multiuso?, enumerou Franco. Ele admitiu que, com mais uma opção no mercado, a margem de lucro dos centros de eventos diminui. ?Não significa, porém, que exista uma guerra de preços?, observou.

Concorrência

Para Milena Palumbo, gerente-geral do Estação Embratel Convention Center, a entrada de um concorrente não chega a representar perigo – pelo contrário, até pode ajudar a cidade a captar mais eventos. ?Não disputamos com o mercado local, mas com o resto do País e, às vezes, do mundo. Concorremos com cidades onde há sol e praia, como Salvador. E fora do Brasil, as pessoas só conhecem a Amazônia e o Rio de Janeiro. Primeiro, precisamos vender o destino Curitiba?, apontou Milena.

Sob a administração da GL Events – multinacional que mantém gestão de 22 centros de convenções, entre eles em Barcelona, Paris e Bruxelas -, o Estação Convention deve ter um novo foco: a captação de eventos internacionais. ?A empresa trouxe um know-how que até então não tínhamos?, apontou. Os resultados, porém, só devem ser sentidos a médio e longo prazos. ?Os primeiros meses são de implantação de padrões, elaboração de relatórios. É diferente de quando muda a administração de um shopping, quando os resultados são mais rápidos?, exemplificou. 

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