O mercado está se abrindo para os corretores de imóveis. Através de um acordo firmado entre os países do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, além do Chile, os quase 240 mil corretores de imóveis que atuam nos cinco países – cerca de 180 mil apenas no Brasil – poderão fazer uma espécie de intercâmbio. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Confederação Imobiliária do Mercosul e Chile (Cimech), Wilder Ananikian, e representante da Cimech no Brasil, João Teodoro da Silva, em Curitiba.
De acordo com o representante da Cimech no Brasil, o setor já vinha se articulando nesse sentido há quase oito anos. ?A idéia é que o cidadão da Argentina, querendo atuar aqui, possa fazê-lo?, explicou João Teodoro, acrescentando se tratar da primeira profissão articulada para o intercâmbio. ?Vamos servir de referência para outros?, comentou.
O corretor de imóveis interessado em atuar em algum país que faça parte do Mercosul, ou o Chile, deverá solicitar um registro temporário de dois anos, que pode ser renovado por mais dois. Ele deverá respeitar ainda as exigências particulares do país em questão. ?Já estamos estudando um Código de Ética comum para os cinco países?, adiantou Wilder Ananikian.
Segundo Ananikian, apesar de o mercado se tornar mais aberto para os corretores de imóveis, a idéia não é que um profissional tome o lugar de outro. ?O trabalho será compartilhado, assim como os rendimentos. Os corretores concordaram com isso?, garantiu João Teodoro da Silva. Em linhas gerais, significa que se um corretor brasileiro vai a outro país em busca de investimentos para um determinado cliente, chegando lá ele fará contato com os corretores locais. A idéia, portanto, é realizar um trabalho conjunto. ?Até o momento, trabalhava-se de maneira informal, amadora. Agora, será de forma oficial.?
De acordo com Ananikian, no primeiro ano do acordo cerca de 3 mil negócios deverão ser fechados. Ele não soube informar o volume de negócios fechados até então, sem a vigência do acordo. Segundo ele, o acordo deve atender a um grande leque de clientes, desde grandes investidores, até pessoas interessadas em alugar um imóvel para passar o verão. ?Na área de locação, por exemplo, é grande a procura por imóveis no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul?, apontou João Teodoro. O volume de negócios, lembrou, deverá oscilar conforme a situação econômica de cada país.
Outro grande aliado no setor imobiliário é a internet. Segundo Wilder Ananikian, quase 70% dos aluguéis em Punta de Leste (Uruguai) são feitos via internet. Nesse sentido, a Cimech também terá uma página na internet, onde estarão disponíveis as ofertas imobiliárias de cada um dos países. (Lyrian Saiki)