Cooperativa abre a safra de cana-de-açúcar

Destilaria Cocamar, situada no município de São Tomé, Noroeste do Paraná, dá início amanhã, 1.º de março, à safra brasileira de cana-de-açúcar colocando sua unidade industrial em operação, mas o corte de cana já começou na última segunda-feira. O evento de abertura da safra sucroalcooleira no Centro-Sul, previsto para as 15h, na Destilaria Cocamar, contará com a presença do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e das principais lideranças do setor.

Com 12 mil hectares plantados, mil a mais que na safra passada, a Destilaria Cocamar prevê esmagar 900 mil toneladas de cana-de-açúcar este ano, contra 730 mil do ciclo anterior, dando um salto na produção de álcool. A previsão é chegar a 72 milhões de litros, 22% a mais que os 56,478 milhões da safra 2005/06. Para isto foram feitos investimentos para aumentar a capacidade de moagem de 800 mil toneladas para 900 mil. A moenda passou por adequações que ampliaram a capacidade diária de 4,2 mil toneladas para 4,8 mil.

A Cocamar informa que não está antecipando a safra, apenas iniciando sua operação normal, o que, há três anos, é feito nos primeiros dias de março. O setor sucroalcooleiro prometeu ao governo, há algumas semanas, que adiantaria a produção de álcool para o começo de março, visando suprir o mercado com 850 milhões de litros em abril para garantir o abastecimento. No Paraná e Mato Grosso do Sul, várias outras unidades devem entrar em operação nas próximas semanas. Se confirmadas as expectativas, esta promete ser a maior safra brasileira com 415 milhões de toneladas de cana, 7,5% a mais que na anterior. Segundo Anísio Tormena, presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), o Estado, com 27 usinas unidades processadoras de cana, deve colher 15% a mais que no ciclo anterior, quando foram plantados 370 mil hectares.

Do volume total de matéria-prima, 51% são destinados para a produção de álcool combustível. No ano passado o Paraná produziu 1,1 bilhão de litros de álcool combustível e 1,9 milhão toneladas de açúcar. No Brasil, foram fabricados 15 bilhões de litros de álcool combustível, volume que deve ser ampliado em 1 bilhão este ano. (Da redação)

Menos álcool na gasolina vai aumentar preços

Os preços da gasolina e do álcool cobrados pelas distribuidoras de combustíveis aos postos sobem a partir de 1.º de março. Os postos deverão repassar esse aumentos para o consumidor na mesma proporção. A medida é adotada principalmente em função da redução do percentual de álcool na gasolina, de 25% para 20%, a partir de amanhã.

Outro componente – segundo as distribuidoras – está levando à adoção de novos preços para os combustíveis: repasse para o consumidor de aumento promovido pelos usineiros no álcool anidro. As principais distribuidoras do País, BR, Esso, Shel e Ipiranga já disseram que vão repassar o reajuste.

O presidente da Fecombustíveis, Gil Siuffo, enviou ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, em que critica o já previsto aumento da gasolina e do álcool a partir de amanhã. Siuffo afirma que o governo federal não deveria cobrar a Cide e PIS/Cofins e o estadual o ICMS sobre a gasolina na refinaria, que passará a ser utilizada para substituir o álcool na mistura.

Segundo levantamento da ANP, o preço do álcool na usina disparou na semana passada, superando em 9,46% o teto do acordo que havia sido feito com o governo e usineiros no início de janeiro. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), órgão da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, tanto o anidro (misturado à gasolina) quanto o hidratado (usado no abastecimento de veículos) comercializados junto a produtores de São Paulo tiveram um salto de 7%.

O preço do anidro nas usinas paulistas – o estado maior produtor de álcool do País – passou de R$ 1,07279 para R$ 1,14934 (sem impostos). Já o hidratado foi comercializado a R$ 1,15300 depois de ser vendido a R$ 1,07213.

Tarifa zero

Por outro lado, a redução da tarifa de importação de álcool, de 20% para zero, decidida na semana passada pela Câmara de Comércio Exterior, será publicada nos próximos dias, no Diário Oficial. Dentro da política de recomposição de estoques do produto, o álcool fará agora parte da lista de exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.

A queda tarifária vai vigorar por seis meses, período considerado suficiente pelos técnicos para que seja feita uma profunda análise da situação de oferta, após a entressafra. Além do álcool, outros seis produtos foram incluídos na lista de exceções, com destaque para o cimento, que terá o imposto reduzido de 4% para zero, e a barrilha densa (10% para zero). Esses dois últimos itens são utilizados no setor de construção civil. (Da redação)

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