O 13.º salário nem bem chegou ao bolso do trabalhador – a maioria sequer recebeu a segunda parcela -, e já está ?fazendo a cabeça? do brasileiro. Opções de como gastá-lo não faltam: alguns o utilizam para presentear amigos e familiares no Natal, outros preferem realizar a tão sonhada viagem. Há ainda os que o usam para quitar dívidas, enquanto há aqueles (os mais precavidos) que preferem guardar a quantia para reserva.
?O maior desafio é não sucumbir ao clima consumista que se cria nesta época do ano?, alerta o economista Elio Winter. ?Os apelos publicitários são muito fortes. Ao invés de comprar presentes caros, a sugestão é que as pessoas dêem presentes criativos, mas baratos?, completa, acrescentando que o aquecimento de vendas no comércio é positivo do ponto de vista macroeconômico – quanto mais vendas, maior o movimento na economia – mas negativo do ponto de vista individual.
Para Winter, com o dinheiro do 13.º em mãos, o ideal é que o trabalhador quite dívidas de todas as espécies, incluindo cheque especial e cartão de crédito. ?Os juros cobrados são absurdos, de 6%, 8% e até 10%. A primeira coisa é tirar este peso do orçamento?, diz.
Outra opção, sugere, é que o trabalhador – caso não tenha necessidade urgente em utilizar o 13.º salário -guarde o dinheiro em uma caderneta de poupança. ?Assim, ele vai poder planejar as compras e fugir do impulso consumista. Nesta época do ano, graças à publicidade, gasta-se muito. E quando chega janeiro e fevereiro, ele vê que comprou algo que não era tão urgente e que poderia ter poupado?, analisa.
Além disso, acrescenta o economista, o trabalhador ainda poderá aproveitar as liquidações, típicas após as festas de final de ano. ?A partir do dia 15 de janeiro, começam grandes promoções, da ordem aproximada de 30%.?
IPTU e IPVA
Outro bom motivo para poupar, afirma Winter, é que no começo do ano vencem impostos do governo, como o IPVA e o IPTU, além de haver gastos com material escolar. ?Dependendo o município, o desconto do IPTU é de 20% ou até 30% se pago à vista. É um desconto muito bom?, analisa.
O economista alerta ainda sobre a importância de pesquisar preços – um bem pode ser encontrado de uma loja para outra com diferença de preço de até 30%, segundo o economista – e fugir do crediário. ?Só compre se for à vista. O juro do cartão de crédito continua muito alto?, alerta. Segundo o economista, juros de 6% ao mês correspondem, passado um ano, a duas vezes o preço da mercadoria. (Lyrian Saiki)