Consumidor, confiante, vai comprar mais

Foto: Arquivo/O Estado

Entrevistas foram realizadas em sete capitais do País.

Após cinco meses em queda, a confiança do consumidor se recuperou em julho, impulsionada pelo aumento na intenção de compra de bens duráveis. É o que mostra o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de julho, que subiu 0,9%, após queda de 0,1% em junho. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o cenário atual de juros mais baixos elevou o apetite do consumidor para comprar bens duráveis, segmento formado especialmente por automóveis e eletrodomésticos.

O ICC abrange 2.000 domicílios em 7 capitais, com entrevistas feitas entre os dias 1.º e 22 de julho. O indicador é mensal, calculado com base em cinco perguntas da ?Sondagem das Expectativas do Consumidor?, apurada desde outubro de 2002. Na avaliação do economista da FGV, Aloísio Campelo, não há somente um motivo para a melhora de cenário. ?O consumidor está otimista com o futuro da economia; com a atual melhora no cenário macroeconômico – além de ter atingido maior equilíbrio em suas finanças?, afirmou o economista.

Ao detalhar o cenário de julho, Campelo informou que houve melhora nas avaliações do consumidor sobre a situação presente e em suas expectativas. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual, que subiu 1,5% em julho ante alta de 1,1% apurada em junho; e o Índice de Expectativas, que avançou 0,7% em julho, ante queda de 0,8% em junho.

Entre as boas notícias da pesquisa está o tópico sobre situação financeira atual da família. De junho para julho, subiu de 17,1% para 18,4% a parcela dos consumidores que a consideram boa.

Mas o grande destaque foi mesmo a resposta sobre compras. Subiu de 8,2% em junho para 9,6% em julho a parcela dos entrevistados que prevêem comprar mais bens duráveis nos próximos meses. Isso se deve, em grande parte, à continuidade na redução taxa básica de juros (Selic), que conduz a um nível menor de juros reais. ?Os juros para empréstimo estão caindo, sim. Não na mesma proporção que a Selic, mas estão caindo?, disse o economista, comentando que isso favorece a decisão do consumidor de comprar ou não bens duráveis.

Embora tenha destacado a melhora, Campelo ressaltou que o cenário não é de um otimismo generalizado. O consumidor ainda tem algumas dúvidas sobre o futuro, principalmente em relação ao mercado de trabalho. ?O otimismo do consumidor se recuperou em julho. Mas não é uma euforia?, ressaltou Campelo.

Dia dos Pais

A recuperação no otimismo do consumidor em julho não melhorou muito a intenção de compras para o Dia dos Pais. É o que mostra recorte especial da pesquisa sobre a data de agosto. Segundo Campelo, ?há mais consumidores informando que vão gastar menos com o presente do Dia dos Pais este ano do que gastaram no ano passado?. Ele afirmou que 17,1% dos entrevistados planejam gastar menos no presente do Dia dos Pais este ano, ante 2005. Já 8,9% dos consumidores informaram que pretendem gastar mais.

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