Paraná

Concessionárias de veículos sentem impacto com a queda das vendas no 2º semestre

O setor de distribuição de veículos no Paraná deve fechar 2011 com um saldo positivo, com o crescimento de até 6% no número de emplacamentos em relação ao “fantástico” ano de 2010. Mas a taxa anual será afetada pela desaceleração do ritmo das vendas no segundo semestre, já que os primeiros seis meses deste ano registraram 8% de aumento em relação ao ano passado.

Para o presidente Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – Regional Paraná (Fenabrave-PR), Luís Antonio Sebben, os números ainda são positivos diante de uma tendência de queda para vários segmentos varejistas, mas seguem pressionando a lucratividade. “As concessionárias são as primeiras a sentirem os reflexos da redução do consumo. Nossos estoques já estão altos, com 50 dias em média, sendo que o ideal seria 30 dias e isso pressiona ainda mais nossas margens”.

Segundo ele, as concessionárias instaladas em Curitiba e região metropolitana operam em uma faixa de lucro entre 4% e 5%. “Com a quantidade de veículo no pátio acima do ideal nosso ganho fica ainda mais apertado, já que as montadoras, dificilmente, perdem seus ganhos, mesmo com uma bravata diária nas negociações por parte das associações de marca e da própria Fenabrave”, revela.

De acordo com um estudo encomendado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) à PricewaterhouseCooper (PwC), a margem de lucro das montadoras no Brasil fica entre 40% e 100% sobre o custo de produção que, frequentemente, é tema de reclamação por parte das fabricantes. “Em nenhum lugar do mundo uma montadora lucra tanto”, afirma. “Aliás, a melhora na remuneração da mão-de-obra nacional se converte diretamente na ampliação dos ganhos das fabricantes, pois sem um poder aquisitivo mais robusto não há condições de consumo”. Poder de compra que, segundo o estudo da PwC, vai garantir um horizonte de mercado da ordem de 6 milhões de veículos comercializados ao ano até 2015.

Como a perspectiva das concessionárias é de continuar ficando com a menor parte desse quinhão, o caminho é investir em todo o ciclo de comercialização do veículo, sobretudo, o pós-venda, que representa 20% do faturamento de uma concessionária no Paraná. “Mais do que rentabilizar o negócio, o pós-venda é estratégico do ponto de vista de fidelizar o cliente e se diferenciar frente a um mercado tão competitivo”, orienta Sebben.

Nos encontros regionais de 2011, que a Fenabrave realiza, anualmente, para os funcionários de concessionárias, o tema fez parte da agenda no Paraná. O terceiro dos cinco eventos previstos para o Estado acontece na noite desta quinta-feira (18) para a região que abrange a Grande Curitiba, Campos Gerais e o litoral. O evento contará com a presença do presidente nacional da Fenabrave, Sérgio Reze, e o consultor administrador especializado em pós-venda, Osmar Hidaldo.

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