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Compagás prevê expansão de atuação no interior do Paraná

A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) irá abastecer com gás natural as cidades de Londrina, Cambe e Castro até o final deste ano, segundo informou o diretor-presidente empresa, Luciano Pizzatto. O fornecimento faz parte de um plano de expansão da empresa que pretende ampliar o uso do gás natural em atividades comerciais e industriais.

Até o momento, a rede de fornecimento da Compagas atende 12 municípios no Paraná. Em Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, Campo Largo, São José dos Pinhais, Balsa Nova e Araucária há rede de distribuição. Os demais locais são atendidos por Gás Natural Comprido (GNC).

O GNC deverá ser também a modalidade que irá atender os três municípios na primeira fase da expansão. De acordo com Pizzatto, o custo para a criação de um gasoduto é extremamente elevado e só será possível após o estabelecimento de um mercado consumidor capaz de oferecer retorno que justifique o investimento.

De acordo com o presidente da Compagas, a previsão inicial do investimento para a criação de uma rede estruturante de distribuição do gás natural em Londrina seria de R$ 5 milhões, mas o valor pode ser maior em função do número de clientes e necessidade de ampliação da rede.

O gás natural será levado para as cidades principalmente em função da demanda para uso industrial. Em Castro, por exemplo, a criação da rede de distribuição deverá ser realizada rapidamente para atender a demanda gerada pela instalação da fábrica da Cargill, que escolheu o município para instalar uma unidade que irá realizar processamento de milho.

Segundo Pizzatto, a demanda para uso industrial do gás natural é superior muitas vezes a capacidade de investimento da empresa. “O desenvolvimento do gás industrial tem um potencial enorme. Hoje existem pedidos muito acima da nossa capacidade de estabelecer os projetos.”

Desafio

O grande desafio, para o executivo, é a expansão do uso de gás natural como combustível para veículos, porque envolveria uma mudança cultural da sociedade. Para incentivar este consumo a empresa deve lançar também ainda neste ano uma campanha de conscientização sobre os benefícios do combustível.

A expectativa da empresa é de 15 a 20 novos postos de GNV sejam instalados no interior do Estado nos próximos meses, mas esta instalação depende da capacidade da empresa de investimento em estrutura.

Pizzatto explica que a instalação de cada posto demanda cerca de R$ 1 milhão para instalação e equipamentos da rede de distribuição, isso sem contar o recurso aplicado pelo próprio posto na estrutura necessária para o fornecimento.

Para o executivo, a expansão no número de postos está intimamente ligada a uma mudança cultural e à percepção da importância do combustível alternativo. “A expansão da rede é o grande desafio uma vez que a maioria dos postos está concentrada na Região Metropolitana de Curitiba. Quem precisa viajar ao interior não encontra postos disponíveis para abastecer”, afirmou.

Por outro lado, exatamente esta falta de clientes acabaria diminuindo o interesse do setor privado em investir na oferta do combustível. “É preciso um mudança cultural que entenda a importância deste combustível, os ganhos ambientais e economia que ele proporciona”, afirmou.

Hoje, segundo dados da Compagas, quem pretende converter o veículo em bicombustível desembolsa entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. No entanto, o retorno do investimento para veículos que rodam bastante seria completo em torno de seis meses.

Pizzato informou ainda que a empresa estuda, em conjunto com financiadoras, a oferta de linhas de financiamento específicas para facilitar a aquisição dos equipamentos para a conversão.