Varejo

Comércio vendeu 6,9% mais no primeiro semestre

O comércio varejista do Paraná encerrou o primeiro semestre com crescimento de 6,9% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do desempenho positivo, o resultado ficou abaixo da média nacional, que foi de 10,6%, o melhor resultado desde 2001, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a pesquisa.

Em termos de variação, o setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foi o que apresentou o maior crescimento no volume de vendas no Paraná: 33,3%.

Em seguida, aparece o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico (alta de 18%), móveis e eletrodomésticos (13,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com crescimento de 11,1%.

Também tiveram desempenho positivo os setores de tecidos, vestuário e calçados (alta de 8,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (7%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com crescimento de 5,5%. Já o setor de combustíveis e lubrificantes acumula queda de 4,7% no volume de vendas no primeiro semestre.

Na variação mensal, o comércio do Paraná também registrou desempenho abaixo do nacional: crescimento de 4,2% contra 8,2% da média do País. No acumulado dos últimos 12 meses, o fenômeno se repetiu: crescimento de 6,9% nas vendas do comércio do Paraná contra 10,1% da média brasileira.

Bom momento

O técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, disse que o desempenho do segmento no primeiro semestre é reflexo do “bom momento da economia brasileira”.

Entre as ‘variáveis macroeconômicas’ que têm estimulado o varejo, ele citou o aumento da renda média dos trabalhadores, a estabilidade no emprego e, sobretudo, a oferta de crédito.

Entre as atividades pesquisadas, os maiores aumentos no primeiro semestre, em nível nacional, foram apurados na venda de equipamentos para escritório, informática e comunicação (30,9%); veículos e motos, partes e peças (22,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,5%) e móveis e eletrodomésticos (18,5%).

Dança das cadeiras

A inflação tirou o brilho do segmento de hipermercado que, apesar de ter maior peso na composição do indicador, viu suas vendas minguarem em razão da escalada dos preços.

Em junho, as vendas dessa atividade cresceram apenas 0,4% em relação a maio – abaixo da média do varejo de 1,3% – e aumentaram somente 1,5% na análise com igual mês do ano passado, ante uma média de 8,2% do comércio em geral.

Com os fracos resultados de junho, as vendas desse segmento no primeiro semestre cresceram 5,9%, também abaixo da média, 10,6%. “Em junho, como não houve influências de calendário ou datas comemorativas, acreditamos que estejamos conseguindo ver com mais nitidez a influência da inflação nos produtos alimentícios. O resultado bem abaixo da média dessa atividade pode ter sido influenciado pelos alimentos”, disse.

Segundo Pereira, está claro que a inflação dos alimentos é o principal fator responsável pelo fraco desempenho dos hiper e supermercados. Apesar dessa influência, Pereira não acredita que haja uma trajetória de desaceleração nas vendas do comércio. “Está havendo uma influência da inflação de alimentos que parece que já está sendo revertida pelos índices de preços.”

A inflação de julho medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se desacelerou para alta 0,53%, de acordo com o IBGE, ante alta de 0,74% em junho. No mês passado, o aumento dos preços dos produtos alimentícios desacelerou de 2,11% em junho para menos da metade (1,05%) em julho, também segundo o IBGE.