CEF planeja lançar fundo imobiliário ainda este ano

Entrar no mercado de fundos de investimento imobiliário é a nova estratégia da Caixa Econômica Federal (CEF) para estimular a construção civil. A intenção foi divulgada ontem pelo presidente do banco, Valdery Albuquerque, em almoço no Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-SP). “Pretendemos lançar um fundo imobiliário ainda neste semestre”, afirmou.

As características do produto ainda estão em análise, mas Albuquerque garante que o investimento será destinado para o varejo, isto é, pequenos e médios aplicadores físicos. Por isso, o valor mínimo do investimento deverá ficar entre R$ 200 e R$ 1 mil. O executivo considerou que a entrada da CEF neste mercado será mais um incentivo para a venda de imóveis.

A instituição também não definiu o tipo de lastro que sustentará os papéis. A primeira hipótese é lastrear o fundo nas agências do próprio banco. A vantagem seria favorecer o enquadramento da CEF no Acordo de Basiléia, que exige a redução dos recursos bancários aplicados em ativos fixos. A segunda opção é buscar empreendimentos da iniciativa privada.

A última alternativa é recorrer à carteira imobiliária da Funcef, fundo de pensão dos funcionários do banco. As conversas neste sentido começaram há mais de um ano, mas esbarram em diversos problemas. Um deles é definir critérios claros para estabelecer os preços dos imóveis que serão incorporados ao fundo. O segundo é a relação entre a Funcef e a diretoria da CEF. Conforme Albuquerque, a colaboração entre as partes precisa ficar “mais clara”. “Sem isso, não nos sentiremos à vontade de trabalharmos em conjunto”, afirmou.

Só um dos novos produtos

O fundo imobiliário é um dos produtos que a CEF ainda espera lançar em 2002. Outros, previstos para o primeiro semestre, continuam na pauta da instituição. É o caso da poupança vinculada para imóveis novos e usados. Suspensa no ano passado, Albuquerque pretende relançá-la em setembro. As novas regras ainda não foram definidas, segundo ele, devido à incorporação de mais pontos para a análise, como a conjuntura externa e as perspectivas da economia. Uma interferência não prevista foi o aumento do depósito compulsório, determinado pelo Banco Central, de 15% para 30%.

Conhecida como Poupanção, a poupança vinculada atrelava a liberação do crédito ao depósito, pelo interessado, de parcelas mensais equivalentes à prestação pleiteada. O prazo de depósito era de 12 meses e a medida visava, entre outras, demonstrar a capacidade de pagamento do tomador. Agora, é quase certo que o prazo de depósitos será estendido. Algumas cogitações elevam o período para até cinco anos.

Outro lançamento esperado é o do consórcio imobiliário. Após sucessivos adiamentos, Albuquerque assegura que o produto finalmente irá a mercado no fim de agosto ou início de dezembro. Estaria na reta final a constituição de uma subsidiária integral da Caixa Seguros, que seria responsável pela operacionalização do consórcio.

Recursos – Albuquerque afirmou não ter uma estimativa de quanto os novos produtos poderão agregar ao orçamento da CEF, de R$ 5,4 bilhões, fechado para este ano.

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