Catástrofe no Japão pode mudar planos de montadoras

O presidente mundial da General Motors, Dan Akerson, em visita ao Brasil ontem, disse que todas as montadoras terão de reavaliar as estratégias de abastecimento de peças ao redor do mundo, especialmente de componentes considerados críticos – aqueles que levam à interrupção da montagem dos veículos. O alerta se deve aos impactos provocados pelo terremoto, seguido de tsunami, no Japão, que paralisou a produção de várias fábricas no país asiático e já resultou na suspensão das atividades de uma unidade da GM nos Estados Unidos.

A escassez de módulos eletrônicos feitos por fabricantes japoneses exclusivamente para as picapes Colorado e Canyon, produzidas na fábrica de Louisiana, levou a companhia a interromper a produção dessa unidade por uma semana, a partir de segunda-feira.

“É uma medida de precaução”, afirmou o executivo. “Nesse período, vamos analisar o que está ocorrendo no Japão e, se a situação melhorar, estará tudo bem; se piorar, teremos de avaliar novamente o que fazer”. Segundo Akerson, a empresa tem estoques dos veículos e, por enquanto, não faltará produto nas revendas.

Terceiro turno no ABC

Akerson reuniu-se em São Paulo com o governador Geraldo Alckmin e confirmou a criação do terceiro turno de trabalho na fábrica de São Caetano do Sul e a contratação de 1,5 mil funcionários. A unidade já emprega 10 mil pessoas. “Cada emprego industrial gera mais sete indiretos”, disse Alckmin, que prometeu liberar créditos retidos de ICMS para novos investimentos. A GM tem R$ 280 milhões a receber.

O terceiro turno começa em junho e ampliará a produção anual de 200 mil para 280 mil veículos. A fábrica vai produzir quatro novos modelos até 2012, como parte de um projeto de investimento total de R$ 5 bilhões.