Brasília
(Agência Brasil) – Brasil participou de evento internacional e apresentou um carro que percorre 480 quilômetros com apenas um litro de combustível. O veículo especial é fruto do projeto “Sabiá 4” desenvolvido pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais. A 18.ª Eco Maratona da Shell, que se realizou em maio último na França, tem como objetivo mostrar tendências de design e desempenho veicular. A competição foi vencida pela equipe francesa que conseguiu bater o recorde da pista com um carro que percorre 3.493 quilômetros com um litro de combustível.O professor de eletrônica da Unifei, Laércio Caldeira, que foi um dos orientadores do projeto, disse que o veículo faz parte de um grupo de carros especiais criados pelos pesquisadores da instituição e que ele não deve ser comercializado.
Segundo ele, a própria Shell foi pressionada por grupos ecológicos europeus para iniciar esta maratona com o objetivo de exercer uma certa pressão sobre os fabricantes de veículos para que, em função destes resultados surpreendentes conseguidos com carros conceito, eles não tenham como justificar que um carro faça apenas 20 quilômetros com um litro de combustível. “Efetivamente daria para subir para valores bem mais elevados e ainda garantindo mais baixos custos e menos poluição”, contou.
Caldeira destacou que havia grande receio de não se obter êxito com a construção do carro, mas a equipe conseguiu recursos com algumas pequenas empresas locais e entrou em parceria com a Escola de Design da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele acrescentou que a Escola fez a carenagem e a Unifei desenvolveu a parte mecânica e eletrônica do protótipo. “Assim conseguimos construir o veículo com cerca de R$ 20 mil, obviamente que não pudemos embutir toda a tecnologia de que temos conhecimento, como a equipe campeã que deve ter desembolsado mais de US$ 250 mil para desenvolver seu modelo e que já recebia recursos para tal há mais de cinco anos”, explicou.
O professor garantiu que as características deste carro o levam a ser apenas projeto, só para mostrar tendências e não para fazer parte de uma linha industrial. Disse também que o protótipo difere muito dos modelos comerciais porque foi feito para acomodar apenas uma pessoa e para conseguir o desempenho esperado tem que apresentar um motor muito especial, uma eletrônica bastante sofisticada e ser extremamente leve. “Ele é mais próximo a um carro de fórmula um e dificilmente será de linha industrial”, frisou.