Bens duráveis somaram aumento de 39,8%

Rio (AE) – A categoria de bens de consumo duráveis, impulsionada pelo crédito e pelo surpreendente desempenho das exportações, se descolou da indústria em geral e cresceu mais de três vezes a média do setor de 2003 a 2005. Enquanto a indústria em geral elevou em 11,7% a produção nos três primeiros anos do governo Lula, os duráveis somaram um aumento de 39,8%. Os dados foram calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que, em três anos, a indústria de bens de capital cresceu 26,7%; a de bens intermediários, 10,6%; e a de bens de consumo não duráveis 4,7%.

A economista Isabella Nunes, da Coordenação de Indústria do IBGE, explicou que o significativo crescimento acumulado dos duráveis foi puxado especialmente pelos veículos automotores de passageiros, com peso muito forte nessa categoria e aumento de 41,6% na produção em três anos.

O bom desempenho desses produtos foi resultado da melhoria das condições de crédito e das exportações, motivo também responsável, segundo Isabella, pelo forte aumento ocorrido no grupo de telefones celulares (151,7%). A produção de eletrodomésticos, mais puxada pelo mercado interno e pelo crédito, cresceu 18,4% de 2003 a 2005.

Segundo Isabella, o bom desempenho dos duráveis está relacionado também ao sucesso das políticas de controle à inflação que, se por um lado elevaram os juros e inibiram a atividade industrial, por outro possibilitaram a elevação da massa de salários e abriram algum espaço para o crescimento do consumo, mesmo que via crédito. Além disso, ela sublinhou que as vendas externas ?ajudaram muito? o desempenho de celulares e automóveis.

O crescimento da produção de duráveis ante o ano anterior passou de 2,96% em 2003 para 21,84% em 2004 e, mesmo com perda de ritmo no acumulado do ano passado (11,39%), manteve uma forte expansão, apesar da base de comparação muito elevada. ?A oferta de crédito se elevou muito em 2004 e 2005 e os duráveis têm uma sensibilidade muito grande à melhoria das condições de crédito?, observou Isabella.

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