Aneel reconhece problemas técnicos e operacionais na UEGA

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu os problemas técnicos e operacionais que impedem a Usina Termelétrica Araucária de produzir energia. Em ofício encaminhado ao presidente da Copel e à direção da UEGA, a Aneel, além de atestar as razões pelo não funcionamento do complexo, dá como "comprometida" a condição de início da operação comercial, já em 27 de setembro de 2002 (data da inauguração da usina).

No mesmo documento, a agência solicita nova data para remessa de documentação e remarcação de testes de rede em sintonia com as exigências do Operador Nacional do Sistema (ONS). "Os prazos são curtos e é uma decisão que não cabe só à Copel – a UEGA tem outros sócios", afirma o presidente da estatal, Rubens Ghilardi. A data de operação comercial é condicionante para que a usina seja habilitada para comercializar sua energia no próximo leilão.

Os laudos enviados à Aneel atestam que a usina não tem condições de operar de forma contínua e segura, razões apontadas pela estatal desde 2003. Confirmados pelos peritos do Scott Wilson Raymond, da Inglaterra, e pelo Instituto Superior Técnico IST, de Portugal, ambos renomados centros europeus especializados em energia termelétrica, os laudos atestam todos os problemas relatados pela Copel no laudo pericial judicial que tramita na 3.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

O novo prazo passa a ser de 4 de novembro, o que poderá excluir a comercialização da energia da UEGA do próximo leilão de energia que ocorrerá no dia 16 de dezembro. "Conseguimos o reconhecimento dos problemas e isso já comprova as ações que a Copel vem tomando para proteger tanto o patrimônio público quanto os interesses do Paraná", explica Ghilardi.

A usina é de geração de energia elétrica a partir do gás natural vindo da Bolívia e está parada desde o fim de 2002. O valor global do investimento é estimado em US$ 300 milhões de dólares. Entre os problemas apresentados pela usina está a unidade de processamento de gás natural, construída para adequar o combustível que alimentaria a usina e que custou US$ 43 milhões. A empresa norte-americana El Paso detém 60% das ações da usina, a Copel é dona de outros 20% e a Petrobras dos 20% restantes.

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