Alencar cobra queda mais expressiva da taxa de juros

O vice-presidente da República, José Alencar, cobrou nesta quarta-feira (5) mudanças na política monetária brasileira para permitir uma queda mais expressiva das taxas de juros. Na avaliação dele, enquanto os investimentos financeiros continuarem a ser mais lucrativos que os produtivos, o crescimento do País será prejudicado. Nem mesmo o uso de juros altos para controlar a inflação serve como justificativa para Alencar.

"Houve um tempo em que a inflação era muito alta. Então, as taxas de juros eram altas, mas às vezes até negativas, porque a inflação era superior a ela. Mas hoje isso acabou", enfatizou o vice-presidente, em Guarulhos, onde participa hoje da assinatura de contrato de obras de infra-estrutura e saneamento básico presentes no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "O Brasil é um País que dominou a inflação. Isso é uma dádiva de Deus e uma vitória, uma glória, do governo do presidente Lula", acrescentou.

Para Alencar, a utilização de taxas de juros mais altas, visando a manutenção da inflação baixa, é um erro. "O Brasil é um País de subconsumo. Nós não temos que ter medo de demanda. O consumo é absolutamente vital para que o País cresça e não é suficiente para debelar a estabilidade econômica que nós conquistamos", ressaltou.

Mesmo assim, se o País passasse por um período de inflação de demanda, o aumento da importação poderia ser utilizado como alternativa, sugeriu o vice-presidente. "Hoje, o mundo é pequeno e o governo pode adotar medidas de importação de qualquer bem. Se houver abuso ou empresas que queiram praticar preços abusivos o governo pode importar. Esta é a melhor forma de combater qualquer abuso inflacionário, e não taxas de juros altas, que acabam com a economia", frisou.

Sem preocupação

Alencar não vê com preocupação nem o recorde do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) divulgado hoje, que subiu 1,39% em agosto deste ano, atingindo a marca de maior taxa desde maio de 2004, nem o aumento de 10% da cesta básica brasileira. "Os aumentos dos preços de alimentos são muito sazonais. Hoje nós estamos vendo o aumento de preços no leite, porque há uma seca e houve uma redução de produção. Mas isso não significa sinal de inflação", opinou.

Para o vice-presidente, a importação também pode ser utilizada no caso de alimentos. "Pode, porque não, se for preciso, pode. É claro que nós não vamos importar a cesta básica, porque na cesta básica tem de tudo", declarou.

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