Com a presença do presidente da França, Jacques Chirac, e dos chefes de governo da Espanha, Luis Rodríguez Zapatero, da Alemanha, Gehard Schroeder, e do Reino Unido, Tony Blair, foi apresentado ontem, com grande festa, o A380 da Airbus, o maior avião comercial da história.
Durante boa parte da cerimônia, nas instalações da Airbus em Blagnac, nos arredores de Toulouse, na França, o avião esteve coberto por uma cortina preta. Após um espetáculo, em que foi mostrada a história da aviação, o gigante de 80 metros de envergadura (de asa a asa) apareceu diante dos olhos de 4.500 convidados sob uma luz azulada.
O A380, fabricado por um consórcio de empresas da França, Espanha, Alemanha e Grã-Bretanha, é uma esperança para as empresas do setor na tentativa de reduzir os custos de operação e aumentar os lucros, afetados pelos altos custos do petróleo e pelo desaquecimento do turismo após os atentados de setembro de 2001.
Com o novo avião, que tem capacidade para levar de 555 a até 850 passageiros, em dois andares, a Airbus quer desbancar a concorrente Boeing na liderança mundial dos aviões de grande capacidade. A americana tinha até hoje o maior avião comercial, com capacidade para 416 pessoas.
O superjumbo, que também tem uma versão de transporte de carga, fará os primeiros vôos de teste em março ou abril, disse o presidente da Airbus, Noel Forgeard, que abriu a cerimônia com representantes das 14 companhias aéreas que já encomendaram 149 unidades do gigante e explicaram as razões da decisão de lançar o modelo, chamado por um dos executivos de "avião do futuro". Entre as companhias que fizeram os pedidos, no valor total de US$ 40 bilhões, não há nenhuma empresa latino-americana.
América Latina
O novo Airbus A380 deve chegar aos aeroportos da América Latina somente dentro de quatro ou cinco anos, disse o subdiretor da Airbus para a região, Rafael Alonso, à agência de notícias France Presse.
"No médio prazo, empresas que operam na América Latina devem fazer os vôos do novo avião chegar ao México, a Buenos Aires, ao Rio de Janeiro e a São Paulo", disse Alonso.
O primeiro vôo do A380 deverá acontecer somente em 2006, pela empresa Singapore Airlines. Até o momento a empresa já recebeu 139 encomendas firmes da aeronave provenientes de grandes companhias aéreas, como a Lufthansa e a Air France.
Devido ao tamanho, entretanto, apenas 50 aeroportos em todo o mundo estariam preparados no momento para pousos e decolagens da aeronave.
Tarifa de embarque sobe 26%
As tarifas de embarque para vôos domésticos cobradas dos passageiros vão subir cerca de 26% a partir do dia 1.º de fevereiro, segundo portaria do Comando da Aeronáutica publicada ontem no Diário Oficial. "O aumento de preços das taxas de embarque preocupa", disse o presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), José Zuquim.
O aumento da tarifa ocorre no momento em que o discurso do governo é incentivar o turismo interno. Para o presidente da Braztoa, a qualidade dos aeroportos e dos serviços precisa ser melhorada, já que os terminais de passageiros são a porta de entrada dos destinos turísticos.
Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, estatal que administra 66 aeroportos no País), os preços dessas tarifas estavam congelados desde 1997.
Nos aeroportos de primeira categoria (com rotas internacionais), a tarifa sobe de R$ 9,15 para R$ 11,55. Mas três terminais (Guarulhos em São Paulo, Confins em Minas e Galeão no Rio) possuem desconto e pagam hoje R$ 8,25. Nos aeroportos de segunda categoria (com rotas regionais), o valor aumenta de R$ 7,20 para R$ 9,08.
Os novos valores incluem a chamada "Ataero" (Adicional de Tarifa Aeroportuária) – da qual 58,5% é repassado à Aeronáutica e 41,5% retornam a Infraero. Segundo a estatal, o dinheiro é aplicado na expansão e modernização dos aeroportos.
Inflação e terrorismo
Para justificar o reajuste de 26% das tarifas de embarque, o Comando da Aeronáutica citou duas razões: a inflação e o aumento dos custos dos aeroportos após os ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA. Também informou que, em dólar, os novos valores são inferiores à média mundial e a de países como a Suíça.
A Aeronáutica citou dados de que a média mundial do preço da tarifa cobrada dos passageiros chega a US$ 8 (cerca de R$ 22), e o valor máximo é de US$ 18,55 na Suíça. Nos aeroportos de primeira categoria – como Guarulhos (SP) – a tarifa sobe de R$ 9,15 para R$ 11,55.