Dificuldades do Mercosul serão tema de Duhalde e FHC

O acordo automotivo, restabelecimento do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), as dificuldades pelas quais passam o Mercosul e questões políticas, como coordenação entre os dois países e a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) serão alguns dos principais temas do encontro entre o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, e o do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, semana que vem, em Brasília. O cenário foi traçado pelo sub-secretário-geral de Assuntos de Integração, Econômicos e de Comércio Exterior, Clodoaldo Hugueney.

Segundo o embaixador, vinda de Duhalde ao País representará uma ?visita de trabalho?, que tentará identificar os avanços de temas dos entendimentos bilaterais do Conselho do Mercosul, no início de julho, em Buenos Aires, além das questões ligadas à situação do bloco regional e políticas.

“O Mercosul está passando por dificuldades, que têm origem nas dificuldades dos sócios, mas também num certo estancamento do projeto”, afirmou Hugueney. A avaliação é de que os dois países têm responsabilidade grande em fazer avançar o Mercosul. Já no bloco político, os presidentes vão “passar em revista a situação internacional e questões regionais” e a “coordenação crescente de posições entre Brasil e Argentina”, citando a questão da Alca.

Especificamente sobre o restabelecimento do CCR e a concretização do acordo automotivo, o embaixador reafirmou que “o objetivo é resolver estas questões e tentar chegar a um entendimento definitivo”. Mas ressaltou que a visita não estará centrada apenas nestes dois pontos. O embaixador acrescentou, ainda, que os bancos centrais dos dois países vem discutindo o tema do CCR e que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio conduz os entendimentos sobre o acordo automotivo.

Dificuldades

Hugueney afirmou que o momento atual é difícil para os países do bloco e que, na conjuntura atual, um balanço sobre o Mercosul seria negativo. Mas destacou que, olhando em horizonte maior de tempo, há ?elementos de credibilidade? que permitem otimismo para superar as dificuldades e desenvolver o bloco. Neste sentido, um dos objetivos da presidência brasileira do Mercosul, que termina em dezembro, será deixá-lo em condição melhor do que se encontra agora.

Dentre as prioridades, até o fim do ano, estão reduzir a indisciplina e aplicação de decisões unilaterais, transformar a secretaria administrativa do bloco em técnica, ampliar a coordenação política e fazer ?esforços de reflexão? sobre o futuro do Mercosul. ?O objetivo disto tudo é chegar ao fim da presidência brasileira do bloco com o Mercosul mais fortalecido?, disse Hugueney, que ontem participou de seminário promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio.

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