Desistência ameaça reunião de governadores do PMDB

Com encontro marcado em Florianópolis para amanhã, os governadores do PMDB estão ainda longe de um consenso, quanto mais de uma posição unitária em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. Com as divergências acirradas, até o comparecimento de todos os governadores do partido é improvável. Sérgio Cabral, eleito para governar o Rio, não deve ir.

A reunião é organizada pelo governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Ambos são expoentes do grupo de oposição a Lula no partido e, assim como o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, apoiaram o tucano Geraldo Alckmin na disputa presidencial. Na terça-feira, Temer convocou entrevista coletiva para reclamar da ‘falta de institucionalidade’ na relação entre partido e governo. Queixou-se de que, embora seja o presidente da legenda, até agora os interlocutores do partido tenham sido os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), e o deputado Jader Barbalho (PA).

O episódio provocou reações na ala governista. Até ontem alguns governadores reavaliavam sua disposição de ir à reunião em Florianópolis. Alguns receberam telefonema de Renan, que alertou sobre o ‘simbolismo’ de fazer esse primeiro encontro dos governadores em Santa Catarina, onde Luiz Henrique faz oposição a Lula.

Da ala lulista do PMDB, o governador reeleito do Amazonas, Eduardo Braga, prega a união do partido em torno de um projeto nacional e, claro, a aliança com o presidente da República. Mas vê dificuldade para um consenso imediato com seus colegas. "É a primeira reunião do colégio de governadores de uma seqüência que terá de haver", ponderou.

Voltar ao topo