Deputados brigam em plenário durante votação da Medida Provisória

Brasília (AE) – Os deputados Inocêncio Oliveira (PL-PE), primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara, envolveram-se em uma briga no plenário durante a votação da Medida Provisória 252, a chamada MP do bem. Os dois chegaram a se agredir fisicamente com algumas barrigadas. Quando se preparavam para dar um murro na cara do outro, foram contidos pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), que pulou no meio deles.

"Esse governo não gosta dos aposentados. O de Fernando Henrique também não gostava, mas esse é pior. Essa não é a MP do Bem. Se não é a MP do Mal, é a MP Mais ou Menos", acusou Inocêncio. E subiu para a Mesa.

Chinaglia não gostou. Foi para o microfone e atacou Inocêncio: "Essa é a MP do Bem sim. Quem não é homem para cumprir os acordos, que assuma com suas bases". Inocêncio, que é de Serra Talhada, onde nasceu o cangaceiro Virgulino Lampião, não gostou do desafio. Desceu até onde estava Chinaglia.

"Não aceito que me intimide. Se o senhor está nervosinho vá ficar nervosinho em outro lugar". Nesse momento em que subiam o tom, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), cortou o som dos microfones. Os dois começaram a gritar um com outro, se empurrar e dar barrigadas. Levantaram os punhos para se esmurrar. Sarney Filho pulou entre ambos. João Fontes (PDT-SE), Carlos Batata (PFL-PE) e Ronaldo Caiado (PFL-GO) agarraram Inocêncio e o levaram para o meio do plenário.

De cima da Mesa o presidente Aldo dizia: "Calma, gente, calma. Senão, suspendo a sessão". E o fez. Inocêncio tentou voltar. Foi de novo agarrado. Chinaglia encostou-se no microfone que fica na parte mais à frente, do lado esquerdo. O ex-ministro José Dirceu (PT-SP) cruzou os braços. Ora olhava para um, ora para outro. E balançava a cabeça de um lado para o outro.

No meio do plenário o deputado Sérgio Miranda (PDT-MG), contrário à MP do Bem, incitava Inocêncio. "Você tem razão. É isso mesmo. Ele foi grosseiro com você". Carlos Batata implorava: "Calma Inocêncio, por Pernambuco, não faça isso". Passados dois minutos, Inocêncio pareceu se acalmar. Voltou para a frente do plenário. Ao passar perto de Chinaglia, ficou novamente nervoso. Foi para cima do líder. De novo, foi contido. Subiu então para a Mesa e sentou-se à direita do presidente. Aldo pôs a mão direita sobre seu braço esquerdo e também pediu calma. A votação da MP foi adiada.

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