Deflação de alimentos in natura perde fôlego no atacado

A deflação nos alimentos in natura está perdendo fôlego no atacado, e isso pode ser um sinal de que está prestes a iniciar um movimento de alta de preços nesse tipo de produto, avaliou hoje o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, de junho para julho, no âmbito do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), os preços dos alimentos in natura saíram de uma queda de 6,49% para uma taxa negativa de 2,03%.

Entre os destaques, estão os recuos menos intensos de preços em mamão papaya (de -16,04% para -3,92%); batata inglesa (de -19 11% para -3,26%) e feijão (de -14,56% para -6,19%), de junho para julho, no atacado. Embora tenha destacado que prever o comportamento futuro dos alimentos in natura é muito difícil, o economista admitiu a possibilidade de uma possível elevação de preços, nesse tipo de produto, nas próximas apurações do IGP-10. "Pode ser um indício de que vai começar um movimento de aceleração, nos in natura do atacado", afirmou.

Metais

Quadros também comentou que o movimento de alta nos preços dos metais no atacado chegou ao fim, e esse setor já começa a registrar baixas de preços. Ele lembrou que os preços dos metais registraram elevações recordes sucessivas este ano, tendo em vista o cenário no mercado externo, com demanda aquecida e oferta reduzida – que levou a uma disparada de preços, principalmente do cobre.

"Os metais não-ferrosos saíram de uma elevação de 10,17% para uma queda de 4,42%, no IGP-10, de junho para julho", disse, acrescentando que o cobre eletrolítico, no mesmo período, passou de uma elevação de 30,95% para uma deflação de 9,89%, de junho para julho.

"Provavelmente foi a primeira queda de preço desse produto, este ano", disse. No caso específico desse item, o cobre eletrolítico acumula no ano alta de 58,20% até julho, no âmbito do IGP-10. Entre os destaques de quedas de preço relacionadas a cobre e metais não-ferrosos, estão as deflações de condutores elétricos, fios e cabos (de 12,89% para -3,11%); zinco (de -14,64% para 38 30%) e laminados de latão (de 18,72% para -13,14%), de junho para julho. "Após uma onda forte de alta de preços, os preços dos metais voltam a cair", disse.

Voltar ao topo