Na bronca

“Vou torcer pra fazer frio no feriado”, desabafa secretária da Saúde de Curitiba

Márcia Huçulak, secretária de saúde de Curitiba, alerta para a agressividade do coronavírus. Foto: Reprodução/Facebook/Prefeitura de Curitiba.

A secretária da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, já disse mais de uma vez que não gosta de ficar puxando orelha de marmanjos. Contudo, nesta terça-feira (1°), ao informar que os números de casos, mortes e transmissão do coronavírus aumentaram, ela voltou a cobrar uma postura humana dos curitibanos.

Aflita, ela chegou a chegou a desejar que no feriado que se avizinha – segunda e terça que vem, Independência do Brasil e padroeira de Curitiba – o tempo fique fechado, com chuva e frio, para que os curitibanos tenham preguiça de sair de casa.

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“Vou torcer para fazer muito frio essa semana e no feriado, para todo mundo ficar em casa, porque quando sai sol todo mundo sai para rua e aí, o nosso número de casos começa aumentar. Tudo tem consequência. Quem viu aí o final de semana ensolarado em Curitiba? Eu fiquei assustada”, desabafou.

E foi além. “Bandeira amarela não é vida normal, não é tudo liberado. Parque Barigui tava um mar de gente sem máscara, famílias, pessoas de idade, mulheres grávidas, bebês, jovens, adolescentes e a gente já começa a sentir a repercussão”, disse Márcia.

A verdade é que a gente sabia que ia dar nisso. O comportamento de boa parte das pessoas desde o início da pandemia deixava claro que a partir do relaxamento das medidas, o abuso iria prevalecer e as aglomerações voltariam com força. Desde a volta da bandeira amarela, que interrompeu as restrições a muitas atividades não essenciais, o povão foi pra rua novamente.

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Na capital paranaense, seguem valendo as regras e as restrições da bandeira amarela do protocolo de prevenção ao coronavírus, no entanto, o último fim de semana de calor trouxe aglomeração em parques e em bares, do Centro Histórico, da Rua Itupava e de outras regiões da cidade.

Segundo a secretária, as aglomerações já resultam em mais pacientes no sistema de saúde da capital. “Hoje a gente amanheceu com nossas UPAs e unidades já sentindo aumento de quadros, de pessoas procurando o serviço de saúde” afirmou Márcia, que ainda revelou temer ter que dar um passo para trás no sistema de bandeiras. “Nossa preocupação é que a gente volte para a bandeira laranja”.