É mole?

Vereadores de Araucária derrubam veto e mantêm aumento dos próprios salários

O veto que impedia o aumento dos salários dos vereadores de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi derrubado na tarde desta quarta-feira (29), durante a sessão extraordinária realizada na Câmara Municipal. A votação teve o placar de sete a três. O veto havia sido dado pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania) no dia 18 de dezembro do ano passado. Com a decisão desta tarde, a remuneração dos parlamentares para a legislatura de 2021 passa de R$ 5.992 para R$ 9.584,45. O reajuste dos próprios salários chega a 60%.

Os três vereadores que votaram para manter o veto foram Elias (PPS), Fabio Alceu (PSB) e Aparecido da Reciclagem (PDT) – que havia sido o único a votar contra o aumento no primeiro turno da votação da pauta na Câmara de Araucária, ano passado.

Para que o veto fosse derrubado, ou seja, a favor do aumento, votaram os vereadores Celso Nicácio (PSL), Germaninho Krzyzanowski (PR), Claudinho do Açougue (PPS), Lucia de Lima (PMDB), Fabio Pedroso (PRP), Tatiana Nogueira (PSDB) e Xandão (PSL). Com esses sete votos, caiu a decisão do prefeito Hissam.

A sessão extraordinária foi realizada durante o recesso legislativo municipal, que só termina em 15 de fevereiro.

Aumento

O projeto de aumento dos próprios salários havia sido aprovado em primeira votação por oito votos a um. Em segundo turno, após a repercussão da decisão nos meios de comunicação, que inclusive levou o vereador Aparecido da Reciclagem a ser destaque na capa da Tribuna do Paraná, o placar acabou com seis votos a quatro, com três vereadores mudando os votos.

A proposta foi uma substituição a um projeto apresentado em junho de 2019. No texto anterior, eles pediram um aumento maior, de 110%. Com a proposta, os salários chegariam a R$ 12,6 mil, metade do que recebe um deputado estadual.

Quando decidiu que vetaria a proposta, no ano passado, o prefeito de Araucária chegou a afirmar que os vereadores “não apresentaram motivos que justifiquem aumento tão considerável e fora dos padrões da iniciativa privada e da Administração Pública”. Hissam também argumentou sobre a inconstitucionalidade do projeto, porque previa que os subsídios fossem atualizados com base no mesmo reajuste concedido ao serviço público municipal, o que é vedado pela Constituição.

Sobre a derrubada do veto, Emerson Santos, assessor do vereador Aparecido da Reciclagem, disse que o vereador ficou bastante chateado com a decisão dos demais vereadores. De acordo com Emerson, Aparecido foi contra o reajuste do subsídio desde a proposta inicial e acredita que a cidade tem outras prioridades. “Ele foi contra por estar próximo da comunidade e por saber das necessidades da população, que enfrenta dificuldades diárias e o desemprego”, diz o assessor.

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