Polêmica

Após repercussão, prefeito de Araucária veta aumento para vereadores

Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Araucária

Foi vetado pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) o projeto que aumentava em mais de 60% os salários dos vereadores de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, para a próxima legislatura. O veto do foi anunciado na tarde desta quarta-feira (18).

A decisão aconteceu após a repercussão da decisão do vereador Aparecido da Reciclagem, que foi catador de papel, ao ser o único a votar contra o aumento. Ele disse, em entrevista à Tribuna, que vivia com R$ 500 e achava errado receber um salário tão alto.

O projeto havia sido aprovado em segundo turno, na Câmara Municipal do município, na terça-feira (10). Os salários pagos na próxima legislatura aumentariam de R$ 5,9 mil para R$ 9,5 mil. Dos onze eleitos que compõe a Câmara, apenas quatro vereadores votaram contra o aumento. Três deles mudaram de ideia depois que a imprensa noticiou o assunto. A Tribuna do Paraná revelou que, até o destaque nos noticiários, só o vereador Aparecido da Reciclagem (PDT) tinha voto contrário.

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Segundo Hissam Dehaini, a decisão de vetar o aumento é uma forma de demonstrar que a sociedade não vive um momento adequado para aumento tão elevado nos salários de representantes da população. “Nós achamos prudente vetar o projeto porque não concordamos com o reajuste. Não do jeito que foi, de uma pancada só. Eu entendo que ser vereador não é uma profissão. Ele tem que servir de exemplo. O aumento de 60% não é ilegal, mas é pesado. Os vereadores precisam contribuir com a administração”, disse o prefeito, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira.

Ainda segundo ele, os vereadores tem a prerrogativa de derribar o veto no ano que vem. Mas, se o fizerem, a prefeitura pretende recorrer. “Vivemos em uma democracia. Se derrubarem do veto, nós vamos para a Justiça. O que temos que fazer é o nosso dever de casa”, finalizou Hissam.

O aumento de quase 60% foi aprovado em primeiro turno no último dia 29 de novembro. Os vereadores Xandão (PSL), Fabio Pedroso (PRP), Celso Nicácio (PSL), Germaninho Krzyzanowski (PR), Claudio Sarnik (Cidadania), Tatiana Nogueira (PSDB), Fábio Alceu (PSB) e Lucia de Lima (MDB) foram favoráveis ao reajuste. Aparecido, ex-catador de recicláveis, foi o único dos nove parlamentares a votar contra.

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Em segundo turno, a mudança nos votos foram de Elias (PPS), Tatiana Nogueira (PSDB) e Fabio Alceu (PSB). Eles recuaram e foram contra a aprovação. A favor foram os vereadores Celso Nicácio (PSL), Claudinho do Açougue (PPS), Fabio Pedroso (PRP), Germaninho Krzyzanowski (PR), Lucia de Lima (PMDB) e Xandão (PSL). A presidente da casa, Amanda Nassar (PMN), não votou.

As vereadoras Amanda Nassar e Tatiana Nogueira, inclusive, tem um projeto que pretende fazer com que os salários dos vereadores seja o equivalente a um salário mínimo. No entanto, a proposta não entrou em discussão na casa.

O tema só deve voltar à pauta na Câmara de Araucária em 2020.