Ficaram o susto, o prejuízo, o medo e a certeza de que alguém “lá em cima” gosta do senhor José Irineu, proprietário da Ranger Veículos, no bairro Bacacheri. Os ventos fortes – que chegaram a 69 km/h, castigaram toda Curitiba nesta segunda-feira (28) e causaram estragos em alguns bairros. Segundo boletim da Defesa Civil, foram registrados 33 quedas de árvores, prejudicando o “ir e vir” dos curitibanos e deixando prejuízos, seja para a Copel, seja para moradores e comerciantes.
Mas, para José Irineu, os ventos trouxeram a chance de viver um pouco mais. No final da tarde de segunda, o vendaval derrubou mais uma das centenas de árvores da espécie Tipuana que volta e meia são arrancadas do chão com raiz e tudo. O incidente foi na Rua Eduardo Geronazzo, na altura do número 540.
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José Irineu disse à reportagem da Tribuna que estava na frente do seu comércio mandando uma mensagem pelo celular quando percebeu a árvore tombando. “Eu vi que ela começou a cair e corri para o outro lado, mas assim que ela tombou, levou também os fios de luz e eu fui jogado para longe”, contou, ainda aflito e com marcas vermelhas no pescoço.
Segundo seu relato, os fios – ele garantem que eram pelo menos os de média tensão – enrolaram no seu pescoço e o arremessaram a metros de onde ele estava, num “efeito chicote”. “Por Deus que não morri. Os fios enroscaram no meu pescoço e me jogaram longe. Minha esposa viu tudo pela janela e ficou horrorizada”, contou.
O empresário disse estar bem por um milagre, recusou ir ao hospital e pela manhã começou a contabilizar o prejuízo. “Por sorte também não atingiu nenhum carro. O meu estava logo ali abaixo, mas só galhos pequenos caíram por cima”, acrescentou. “Acho que alguém lá em cima gosta de mim”.
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E gosta, também, dos vizinhos. Na Rua Eduardo Geronasso, e em dezenas de outras por Curitiba, árvores desta espécie e porte continuam deixando curitibanos aflitos. “Os vizinhos já pediram o corte de algumas delas. Essa outra que sobrou, mais na esquina, tá curvada para o outro lado. Se cair, não acerta minha casa, mas acerta a dos vizinhos”, concluiu José Irineu, que agora vai buscar o ressarcimento dos seus prejuízos.
Questionamos a Copel sobre o número de ocorrências de corte no fornecimento de energia elétrica relacionadas diretamente a queda de árvores e galhos durante o vendaval, mas a empresa disse não possuir essa estatística.




