“Moço, cuidado para seu filho não cortar a mão aí”. Este não é o tipo de frase que um pai espera ouvir ao chegar em um dos parquinhos espalhados por Curitiba. Opção barata e acessível para entreter a piazada, a estrutura – normalmente formada por um escorregador, um “trepa-trepa” e uma dupla de gangorras (com variações, dependendo da região) é por muitas vezes a alternativa ideal para gastar a energia da turminha.
Porém, a situação do parquinho localizado na Praça Professor Carlos Stellfeld, na esquina das ruas Helena de Oliveira Cunha e Desembargador Arthur Leme, no Bacacheri, é preocupante. No mesmo local é realizada uma feira noturna às quartas-feiras, o que faz aumentar o movimento de crianças no parque.
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O alerta me foi dado por um menino, de 10 ou 11 anos, que estava num dos bancos do local amarrando seus cadarços. “Fala pra ele (meu filho, de 2 anos) não pôr a mão ali do lado que ele pode se machucar. Tá perigoso e falo por experiência própria. Me cortei faz uns 10 dias (mostra a mão direita)”. Não entrevistei o menino (que não vou identificar), mas conversei com ele.
Ele contou que a situação ali é antiga, e não se resume ao escorregador. Quando levei meu piá para brincar na gangorra, encontramos todos as 4 alças de segurança tortas e soltas. Ele disparou sem dó: “Xi, isso aí sempre foi assim”.
O “sempre” para uma criança de 10 anos é um conceito bem relativo, mas sua memória fresca e vontade de brincar, versus sua insatisfação com a qualidade do mobiliário infantil do local – aliado à aparência de desgaste, madeira velha e metais enferrujados – certamente deixam a sensação de que o “abandono” é antigo.



E aí, prefeitura?
Procurada pela reportagem para saber se há um plano de reforma e manutenção do espaço, a Prefeitura de Curitiba, por intermédio de sua assessoria de imprensa, respondeu:
“Nos próximos 15 dias, as equipes de Parques e Praças, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, vão até o local para fazerem uma manutenção e revisão completa nos equipamentos do parquinho da Praça Professor Carlos Stellfeld, no Bacacheri.”
