Os vereadores de Curitiba aprovaram em segundo turno, na manhã desta terça-feira (27), os quatro projetos que fazem parte do pacote de ajuste fiscal proposto pela prefeitura de Curitiba e que foram aprovados em primeira votação na segunda-feira (26), em uma sessão tumultuada, realizada na Ópera de Arame. Ao contrário do que aconteceu na primeira votação, a sessão desta terça transcorreu sem a manifestação de servidores, que optaram por se concentrar na Praça 19 de Dezembro, no Centro.

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Veja como foi a votação e a manifestação dos servidores na região central

Mesmo sem a presença de servidores e sindicalistas, a Polícia Militar repetiu o forte esquema de segurança que havia sido montado na segunda-feira, quando houve confronto com os servidores. Todas as ruas no entorno da Ópera de Arame estavam fechadas e havia um cordão de isolamento no acesso ao teatro que fez as vezes de plenário. Para ter acesso ao interior da Ópera, assessores de vereadores e profissionais da imprensa eram submetidos à revista.

Foram aprovados em segundo turno o projeto que altera a previdência dos servidores – aumentando a alíquota de contribuição 11% para 14% e permitindo a retirada de R$ 600 milhões do fundo de previdência dos servidores; a suspensão da data base e dos planos de carreira dos funcionários municipais; o leilão das dívidas da prefeitura, que prevê que empresas que concederem maiores descontos terão prioridade para receber os valores devidos pelo município; e a Lei de Responsabilidade Fiscal municipal, que, entre outras coisas, estabelece limites para gastos com pessoal e propaganda.

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Depois de aprovar a primeira parte do pacote de ajuste sem nenhuma mudança que não fosse de interesse do Executivo Municipal, o líder do governo na Câmara, vereador Pier Petruzziello (PTB), afirmou que a “a Câmara Municipal salvou a prefeitura de Curitiba”. Os projetos agora seguem para a sanção do prefeito Rafael Greca (PMN)

Na sessão desta terça-feira, os vereadores de oposição voltaram a criticar as medidas aprovadas e a forma como o processo de votação foi conduzido pela Câmara. A oposicionista Professora Josete (PT), disse que o episódio é uma mancha na história institucional da Câmara Municipal.

Outros projetos

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Além dos projetos que entraram na pauta do legislativo para votação em segundo turno, os vereadores também analisaram outras propostas importantes. A revisão da meta fiscal de Curitiba – que também compõe o pacote de ajuste fiscal – foi aprovada em primeiro turno. O projeto amplia a previsão de déficit do município em 2017 de R$ 303 milhões para R$ 2,2 bilhões.

Na justificativa do projeto de lei, a equipe de Greca atribui a necessidade de aprofundamento do déficit como consequência da crise econômica nacional somada à falta de reação da gestão anterior. “Não houve um esforço coordenado da municipalidade em adequar as despesas à nova realidade das finanças do município”, diz o texto do Executivo.

No debate do projeto, a vereadora Professora Josete (PT) questionou os números apresentados pelo Executivo. Ela afirmou que as previsões da prefeitura não levam em conta as novas receitas e as reduções de custos geradas pelos outros projetos do ajuste fiscal que foram aprovados no Legislativo.

Além disso, os vereadores aprovaram o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018, que estima um orçamento de R$ 8,91 bilhões, 9,28% a mais que o previsto para 2017.